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Deputados repudiam imagens de exposição no Marco em Campo Grande

Publicado em 14/09/2017 15h54

Deputados repudiam imagens de exposição no Marco em Campo Grande

Obras de Alessandra Cunha foram consideradas apologia à pedofilia

Da redação

Deputados estaduais repudiaram, durante a sessão plenária desta quinta-feira (14), imagens da exposição Cadafalso, que apresenta telas produzidas por Alessandra Cunha (Uberlândia- MG) e está aberta à visitação até dia 17 de setembro no Museu de Arte Contemporânea (Marco) – unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.

Paulo Siufi (PMDB) disse que as imagens estimulam a pornografia. “Justamente em um momento tão conturbado, em que vemos tantas crianças com 11 anos sendo mães, temos essas imagens, de mentes poluídas. Uma verdadeira ‘porcariada'”, disparou o parlamentar. Ele foi à tribuna da Casa de Leis e criticou a utilização de recursos públicos para viabilizar as exposições.

“Irei ao Ministério Público Estadual e também quero saber quem colocou aquelas obras lá”, reiterou.

Lídio Lopes (PEN) afirmou que as imagens constrangem crianças, mesmo com o aviso de que são recomendadas aos maiores de 12 anos. “Tem que mandar arrancar aquilo de lá. Prezamos a defesa dos bons costumes”, disse. Mara Caseiro (PSDB) ponderou que as mostras deveriam estar em outros locais. “Cada um tem suas opções e estamos em um país democrático, mas é estarrecedor que imagens como essas estejam no Marco, um espaço público visitado pelos estudantes”, analisou.

Maurício Picarelli (PSDB) cobrou informações da Fundação de Cultura. “Para aquilo estar lá é porque alguém viu e gostou. É um absurdo apenas normal em mentes pornográficas e nos surpreende que ninguém tenha visto isso antes”, disse. “Lamento profundamente que tenha sido autorizada essa exposição que ofende a família brasileira e agride as nossas crianças”, afirmou Coronel David (PSC), autor da Lei 5.038/2017, que dispõe sobre o Cadastro Estadual de Pedófilos em Mato Grosso do Sul. “Entendo que há certos tipos de manifestações artísticas, mas temos nas imagens cenas explícitas sexuais e não podemos admitir isso em um ambiente onde vão nossas crianças”, enfatizou Antonieta Amorim (PMDB).

O OUTRO LADO

A diretora do Marco, Lúcia Monte Serrat, afirmou que nos dois meses de exposição, esta foi a primeira movimentação contrária. “Eu convido eles a irem ao Museu para fazermos o debate qualificado. Nesses meses, muitas pessoas passaram pela exposição. Temos equipes de plantão para que possa explicar e checar a intenção, que é a reflexão”, disse.

Lúcia explicou que a Exposição “Cadafalso” fica de portas fechadas a pedido da própria artista e possui um aviso na porta avisando que o conteúdo é impróprio para menores de doze anos. “Nossas atendentes ficam recebendo os visitantes. Avisam que não pode entrar crianças. Nós orientamos. Fazemos a discussão. O objetivo do trabalho é fazer uma discussão sobre o assunto com pertinência. A gente não está para agredir ninguém. É um trabalho artístico muito bonito”, disse.

CADAFALSO

O conjunto de pinturas chamado “Cadafalso” é de autoria da artista plástica Alessandra Cunha, de Uberlândia (MG), uma das quatro artistas da Segunda Temporada de Exposições 2017. As obras foram criadas para tratar de um assunto sempre presente na sociedade: o machismo. Em um momento em que o feminismo se ergue forte nas manifestações de desejo de igualdade, homens e mulheres começam a perceber e lutar para dar um basta nas violências.

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