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Caminhoneiros marcam paralisação nacional a partir de segunda-feira

Publicado em 20/05/2018 10h59

Caminhoneiros marcam paralisação nacional a partir de segunda-feira

A categoria reivindica isenção em impostos sobre o diesel

Da redação

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) convocou caminhoneiros autônomos do país a participar de paralisação nacional a partir das 6 horas desta segunda-feira (21) contra os impostos sobre o óleo diesel. “A decisão foi tomada após esperar por uma resposta do governo federal, que até o momento não tomou qualquer iniciativa em relação aos pleitos feitos pela categoria”, informou, em nota, a Abcam.

No início da semana, a Abcam enviou ofício ao governo federal. Nele, apontou que os caminhoneiros vêm sofrendo com aos aumentos sucessivos no diesel, o que tem gerado aumento de custos para a atividade de transporte. Segundo a associação, o diesel representa 42% dos custos do negócio. Citando dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a organização afirma que 43% do preço do diesel na refinaria vem do ICMS, PIS, Cofins e Cide.

O presidente Abcam, José da Fonseca Lopes, disse que aguardou um posicionamento do governo até as 18 horas da última sexta-feira (18), mas não houve nenhum contato. A principal reivindicação, segundo Lopes, é a retirada dos encargos tributários sobre o óleo diesel.

“O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis realizada pela Petrobrás, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, afirmou em nota, o presidente da Abcam.

A Abcam tem 600 sindicatos e sete federações filiadas e representa de 600 mil a 700 mil caminhoneiros no Brasil. Lopes projeta adesão em torno de 60% a 70% da categoria até o meio-dia desta segunda-feira (21). Segundo o representante, nos primeiros dias a maior adesão deve ser no Sul e Centro-Oeste do País para depois se estender para Norte e Nordeste. Outras entidades também vão aderir à paralisação, segundo a Abcam: União Geral dos Transportadores Escolares (Ugtesp), Cooperativa de Turismo do Distrito Federal (Coopetur), Sindfrete, Unitrans Brasil, Sindicato de Escolares de Pernambuco e Sindicato de Taxistas de São Paulo e Nordeste.

Lopes ressaltou, ainda, que a associação prevê manifestações pacíficas, com apenas interrupção do transporte de cargas, diferentemente do que aconteceu em 2015. “Queremos todo mundo em casa e, quem não puder chegar em casa, que pare em um posto de abastecimento. A gente não gostaria de ver ninguém trancando rodovia, queimando pneu e quebrando caminhão. Caso contrário, não vamos conseguir atingir os nossos objetivos”, disse.

O presidente da Abcam afirmou também que, mesmo que o governo decida chamar os caminhoneiros para conversar nesta segunda-feira (21), o diálogo vai ocorrer em meio à paralisação. “Não vamos aceitar pedidos para suspender o movimento e vir conversar, de maneira nenhuma. Temos hora e dia para começar, mas não temos hora e dia para parar.”

Ele ressaltou que, se a greve se estender por cinco a seis dias, o comércio e o agronegócio devem ser afetados pelo desabastecimento de produtos. Nas palavras dele, caminhões que na segunda-feira estejam em trânsito com carga viva terão a passagem liberada para descarregar.

Foto: Alcides Neto

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