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MS deve sofrer impacto não tão grande de embargo europeu a frigoríficos brasileiros

Publicado em 20/04/2018 11h45

MS deve sofrer impacto não tão grande de embargo europeu a frigoríficos brasileiros

união Europeia respondeu por somente 0,12% do total exportado pelo estado no primeiro trimestre de 2018

G1/MS

No primeiro trimestre de 2018, Mato Grosso do Sul exportou 45,839 mil toneladas de carne de frango in natura para 54 destinos diferentes. Desse total, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) somente 58,032 toneladas, o equivalente a 0,12% do total, foram destinados a países da União Europeia (UE).

O especialista em comércio exterior, Aldo Barrigosse, aponta que em razão desta pequena participação da UE no ranking de compradores do produto do estado, que o embargo decretado nesta quinta-feira pelo bloco econômico a 20 frigoríficos do país, sendo dois do estado, deve impactar o segmento em Mato Grosso do Sul, mas não de modo tão grave, quanto em outros estados que vendem mais para os europeus.

“Sofreremos reflexos sim, mas não tão sérios quanto os do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que exportam mais para a União Europeia. Mesmo assim é preciso ficar atento, porque o bloco historicamente coloca de maneira não muito transparente essas exigências sanitárias”, destacou.

Em Mato Grosso do Sul, o embargo atingiu a unidade da BRF em Dourados e a planta da Frango Belo em Itaquiraí. Em nota a BRF disse que o embargo ocorreu por questões políticas e de proteção do mercado local e que a companhia não teve chance de ser ouvida. Já Frango Belo não se pronunciou.

No comunicado em que anunciou a proibição da importação da carne de frango dos 20 frigoríficos brasileiros, a UE justificou a medida alegando que as plantas não estavam respeitando as normas sanitárias, em especial a de controle da bactéria salmonela.

Apesar do volume pequeno de exportações das unidades do estado para a Europa, o presidente da Associação de Avicultores de Mato Grosso do Sul (Avimasul), Adroaldo Hoffman, disse que a medida causa grande preocupação.

Ele explicou que com o modelo de negócio adotado pelo setor atualmente, o sistema integrado, que o produtor, via de regra, não em possibilidade de trocar de indústria para abater seus animais. “É uma questão social. Pequenas propriedades, que estão próximas dos frigoríficos produzem em grande escala. Com o embargo, pode ocorrer um a grande oferta de animais no mercado, o que pode pressionar os preços. Isso pode levar a diminuição da densidade nas granjas, a diminuição do número de lotes entregues aos frigoríficos e em uma situação mais grave até ao fechamento de plantas”, alertou.

A superintendente de Relações Internacionais da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lígia Dutra, comenta que o setor tem de se mobilizar para reagir ao embargo. “Temos que passar confiança, para que outros mercados importantes, como a Arábia Saudita, por exemplo, não sejam influenciados. A mensagem é que o setor precisa se estruturar para não perder mercados por conta desta medida arbitraria da UE”, destacou.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), acredita que uma das medidas que será necessária para que as unidades atingidas pelo embargo voltem a exportar para a Europa e a inspeção de uma missão técnica da UE a esses frigoríficos.

União Europeia suspendeu a compra de carne de frango de 20 frigoríficos no país, sendo dois em MS (Foto: Reprodução/TV Morena)

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