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MPF manda Polícia Federal investigar o juiz aposentado Odilon de Oliveira

Entre os ilícitos, estão a venda de sentenças e manipulação de dados de bens apreendidos

17/09/2018 19h54
Por: Redação

O juiz federal aposentado, Odilon de Oliveira, e candidato a governador pelo PDT será investigado pela Polícia Federal. O procurador da República, Marcos Nassar, determinou abertura de inquérito apurar se as declarações do ex-assessor e primo de Odilon, Jedeão de Oliveira, são verdadeiras. A investigação deve ser conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção e a Crimes Financeiros.

Jedeão, que foi funcionário de confiança por mais de 20 anos de Odilon, acusou o juiz de vender sentenças, arquitetar negociatas para beneficiar traficante e manipulação de dados para majorar número de apreensões.

O ex-funcionário foi acusado de desviar R$ 11 milhões do cartório da justiça federal. Ele foi exonerado a pedido de Odilon e está próximo de ser julgado. Por isso, foi ao MPF entregar as denúncias e tentar fechar acordo de colaboração premiada.

O próprio juiz Odilon de Oliveira já havia pedido (no dia 4 deste mês) para abrir inquérito contra si. “O interesse maior desta investigação é meu”, disse nesta segunda-feira (17) o magistrado aposentado e candidato ao governo.

“A investigação impõe-se no caso também para, caso constatada eventual falsidade proposital dos relatos apresentados por Jedeão de Oliveira – primeiro a este órgão ministerial e, depois, à imprensa – apurar-se possível prática de denunciação caluniosa outro delito por ele”, afirmou o procurador Marcos Nassar, em despacho.

O procurador Nassar destaca que, caso haja falsidade nas informações dadas por Jedeão, ele poderá ser punido por denunciação caluniosa.

Denúncias

Desde as denúncias de sumiço de dólares na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande e sua demissão, Jedeão mora em Cuiabá. Ele justificou que foi para o Mato Grosso por medida de segurança. Ele é acusado de desviar R$ 11 milhões da Justiça Federal, foi demitido em 2016 e desde então é alvo de uma investigação, segundo ele, patrocinada pelo ex-chefe.

As “declarações por instrumento particular” datam de 15 de junho de 2018. Odilon é retratado por Jedeão como um exibicionista, que passava por cima da lei para investigar a quem quisesse através de uma agência própria de espionagem e de escutas clandestinas.

As acusações foram protocoladas em um cartório de Bauru (SP) e entregues ao MPF a fim de fechar acordo de delação em ação contra o ex-servidor. O MPF rejeitou a tentativa de acordo por não enxergar ali elementos para uma colaboração premiada, porém, confirmou que vai analisar o documento “para verificar a viabilidade de início de investigação”.

MPF manda Polícia Federal investigar o juiz aposentado Odilon de Oliveira

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