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‘Existiu sim crime de apologia,’ diz delegado sobre quadro apreendido em museu

Publicado em 15/09/2017 13h57

‘Existiu sim crime de apologia,’ diz delegado sobre quadro apreendido em museu

Obra exposta em museu de Campo Grande foi denunciada por deputados por apologia ao estupro de vulnerável. Artista plástica diz que trabalho denuncia crimes sociais. Polícia investiga o caso.

G1 MS

A obra responsável pela polêmica, batizada de pedofilia, foi lacrada e apreendida pela polícia, depois de uma denúncia. Para o delegado, Fábio Sampaio, o quadro faz apologia ao estupro de vulnerável.

“No quadro questionado aí, aparece uma gravura de um homem com pênis muito próximo de uma criança, embora sejam gravuras. Mas eu entendi que existiu sim o crime de apologia,” afirma, Sampaio.

A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) já abriu um procedimento para investigar o caso. Segundo o delegado, tanto a artista, quanto os curadores do museu, podem responder pelo crime de apologia.

A denúncia partiu de três deputados estaduais de Mato Grosso do Sul que, inconformados com o conteúdo da exposição, registraram boletim de ocorrência.

“Ele visa exatamente a proibição das crianças, dos adolescentes a terem acesso a essas imagens, que na minha opinião são obscenas, pornográficas e que deve ser sim restritas a quem é da idade adulta,” afirma o deputado estadual, Paulo Siufi.

Quadros

A exposição chamada de Cadafalso está no Museu de Arte Contemporânea (Marco), da capital. Para a coordenadora do museu, as obras que tratam do machismo e da violência contra as mulheres provocam debates.

“É um momento de reflexão, de discussão e a gente hoje mais do que nunca tem enfrentado várias situações de agressão contra a mulher,” fala a coordenadora do Marco, Lúcia Montserrat.

A classificação etária que era de 12 anos, passou para 18, depois das críticas. A artista Alessandra Cunha, responsável pelos trabalhos, mora em Uberlândia, Minas Gerais, e comentou o caso.

“Cada pintura faz uma determinada denúncia sobre os crimes sociais que a gente convive com isso diariamente e às vezes não fala, não tem como demonstrar que isso acontece, e muito, e que precisa dar um basta, então não é, não faz apologia a nada,” explica.

Quadro Pedofilia, exposto em museu de Campo Grande, gerou polêmica (Foto: Reprodução)

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