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Com intervenção no Rio, Temer quer controlar polícias, diz delegado

Publicado em 17/02/2018 06h38

Com intervenção no Rio, Temer quer controlar polícias, diz delegado

Para Orlando Zaccone, uso do Exército deve responsabilizar policiais que podem ter envolvimento com crime organizado

R7

A intervenção federal assinada pelo Michel Temer não é para que o Exército ocupe as ruas, e sim para que as polícias Civil e Militar sejam controladas. É o que diz o delegado Orlando Zaccone, da Polícia Civil do Rio de Janeiro,

O decreto de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro foi assinado pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira (16). Segundo Temer, a convocação das Forças Armadas se deu por ele não tolerar mais a violência no Estado.

— Acredito que o que esse decreto visa é uma intervenção na polícia. Seu objetivo é responsabilizar policiais que estejam envolvidos em algum esquema com o chamado crime organizado.

Ao falar isso, Zaccone lembrou que, no ano passado, o ministro da Justiça Torquato Jardim afirmou que a cúpula da PM seria “sócia” do crime organizado e disse ainda que o secretário Roberto Sá não tinha controle sobre a corporação. Na ocasião, a Polícia Militar repudiou a fala de Jardim e alegou ser de “uma irresponsabilidade inadmissível”.

Segundo o delegado, a população verá o Exército nas ruas, mas para ele, as polícias continuarão exercendo suas funções, mas agora respondendo ao interventor, conforme previsto no decreto.

Ele diz ainda que a intervenção apresenta um custo político, já que durante o período que a Segurança do Estado está sob poder do Governo Federal, o Congresso deverá ter dificuldades para aprovar propostas, já que a Constituição diz que não deve haver emendas “na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”.

— Esse decreto não visa a presença das Forças Armadas nas ruas. Eles vão estar lá, mas para isso precisariam apenas de uma GLO (Garantia de Lei e Ordem), um convênio, com menos custo político.

Presidente Temer decretou intervenção no Rio
Daniel Castelo Branco/Agência O Dia/13.12.2017

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