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Estudante denuncia homem se masturbando em ônibus na Capital

Publicado em 03/10/2017 06h24

Estudante denuncia homem se masturbando em ônibus na Capital

O caso aconteceu na última sexta-feira (29) dentro da linha 061

Da redação

Casos envolvendo importunação dentro do transporte coletivo têm ganhado repercursão nacional nos últimos meses e na semana passada uma estudante de Campo Grande relatou em rede social o constrangimento sofrido após flagrar um homem se masturbando durante trajeto de veículo que ia até o Shopping Campo Grande.

“Eu fui chamada de louca, mentirosa, por um cara que estava se masturbando com o pênis de fora da calça, tudo isso dentro do ônibus, e ninguém fez nada”, criticou a jovem, de 22 anos, em postagem na rede social.

A passageira chamou atenção para o caso que aconteceu em meio a campanha contra assédio dentro dos ônibus na Capital, que é promovida tanto pela Prefeitura da Capital como pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

A estudante conversou com o Portal Correio do Estado e relatou a revolta com a situação a qual passou e consequências psicológicas geradas.

O caso aconteceu na sexta-feira (29), por volta das 15h, dentro de ônibus que faz itinerante Shopping Campo Grande-Terminal Moreninhas, a linha 061.

“Estava uma moça, um rapaz e eu no fundo do ônibus. Eu e ela estávamos de um lado do ônibus e esse cara, do outro. Aí eu fui olhar dentro do ônibus e vi o cara lá, sentado e se masturbando. Ele viu que eu olhei pra ele e ele continuou. Eu virei rápido pra frente, pensei que estava louca”, lembrou a estudante, que preferiu não se identificar.

Neste momento, ônibus já havia chegado no terminal que fica em frente ao shopping center e reação, uma das poucas tidas pela estudante, foi gritar para o motorista sobre o que estava acontecendo. “O motorista fechou as portas do ônibus, não deixou ninguém descer e chamou um daqueles fiscais [segurança] que ficam lá”.

Outras passageiras que estavam no local se sensibilizaram com a situação e ficaram revoltadas com o suspeito. Ainda segundo a jovem, haviam outros homens no transporte, mas ninguém fez nada.

“O cara começou a me chamar de louca e nisso, o motorista contou para o fiscal o que estava acontecendo, mas o fiscal disse que o homem podia ir embora. Eu perguntei para o fiscal ‘Moço, você não vai fazer nada?’ ele disse que não podia fazer nada”, relatou.

Posteriormente, o suspeito da importunação foi embora de mototáxi. “A única foto que eu consegui fazer do cara foi a dele indo embora. As pessoas comentaram o porquê de eu não ter tirado foto do ato, mas no momento a gente não consegue pensar em nada. A gente nunca espera que isso vá acontecer”, declarou a jovem.

PSICOLÓGICO

A estudante revelou à reportagem que até na tarde de hoje (2) não havia saído de casa devido ao trauma sofrido dentro do transporte e por conta disso ainda não registrou o boletim de ocorrência.

“Eu chorei de sexta para sábado o dia inteiro. Eu estou até agora super abalada, eu tenho medo ainda”, desabafou.

Com histórico de problemas com depressão e ansiedade, o que ela presenciou a deixou mais abalada. “Eu entrei no shopping e fiquei sentada lá por uma hora e meia. Eu fiquei muito apavorada”.

Muitas mulheres comentaram na postagem feita pela estudante que passaram pela mesma situação. Houve também comentários contra a acusação que ela fez.

“A mulher na sociedade não tem segurança nenhuma, se nem em um ônibus eu posso me sentir segura, quem dirá numa balada”, afirmou.

CONFIRA O RELATO COMPLETO DA ESTUDANTE

POSICIONAMENTO

Em contato com a assessoria de imprensa do Consórcio Guaicurus, reportagem apurou que imagens das câmeras de segurança que podem ter flagrado atitude do suspeito ajudar na identificação dele podem ser fornecidas à Polícia Civil, mediante requerimento.

O Consórcio Guaicurus confirmou ao Portal Correio do Estado que já tinha ciência sobre o problema ocorrido na linha 061 na sexta-feira (29) e aguardava acionamento de autoridades.

Sobre a atitude dos fiscais no terminal, foi esclarecido que os guardas estão ali apenas para orientar passageiros e o que poderiam fazer naquele caso, era chamar a polícia. Entretanto, homem poderia sair do local neste intervalo de tempo. (Com informações do Correio do Estado)

Suspeito foi embora depois em um mototáxi - Reprodução

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