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Estudante envolvido em acidente que matou advogada também pode responder por fraude processual

Publicado em 07/11/2017 06h241

Estudante envolvido em acidente que matou advogada também pode responder por fraude processual

Testemunha de outro acidente pode trazer reviravolta ao caso, de acordo com investigação. Suspeito já foi indiciado por quatro crimes.

G1 MS

Uma testemunha, que ainda será intimada pela Polícia Civil, pode trazer uma reviravolta no caso do estudante de medicina João Pedro da Silva Miranda Jorge, de 23 anos, envolvido no acidente que matou a advogada Carolina Albuquerque Machado em Campo Grande. Conforme a investigação, caso esta pessoa confirmar o envolvimento do suspeito em outra batida, no início deste ano, ele terá mais um indiciamento: fraude processual.

“Durante o interrogatório, ele foi questionado sobre outro acidente ocorrido no dia 21 de janeiro deste ano. O estudante falou que, nesta ocasião, ele não teve culpa e o acidente resultou somente em danos materiais.
Agora, porém, obtivemos a informação de que ele fugiu do local deste acidente e o seu pai pode ter assumido a direção em seu lugar”, afirmou o delegado Enilton Zalla.

As informações estão sendo repassadas nesta segunda-feira (6), ao delegado Geraldo Marim Barbosa, que assumiu o inquérito policial no 3° Distrito Policial. No início do ano, foi registrado um boletim de ocorrência por evasão. O fato teria ocorrido na avenida Euler de Azevedo, bairro São Francisco. A autoria, porém, é registrada em nome de um funcionário público de 63 anos, que seria pai do suspeito.

O condutor do outro carro nega a participação do idoso e aponta o filho dele como motorista, na ocasião. “Esta pessoa terá de apontar quem estava dirigindo o veículo. O agravante é que, no caso deste acidente mais recente, uma testemunha afirmou que o estudante saiu falando que iria embora, pois não poderia se envolver em acidente de novo”, comentou Zalla.

e os fatos confirmarem, a investigação acredita ser este um “agravante gravíssimo” para o estudante. “Realmente pode ser algo que o comprometa bastante na Justiça. Temos o documento do boletim de trânsito. Se o fato se confirmar, o suspeito será indiciado por mais este crime”, ressaltou o delegado.

A pena por fraude processual varia de três meses a dois anos de detenção. E, ainda pode ser dobrada, em casos de evasão do local de acidente, de acordo com o artigo 347 do Código Penal. O jovem já responde por homicídio doloso, omissão de socorro, lesão corporal e evasão do local do acidente.

Entenda o caso

O acidente aconteceu no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Doutor Paulo Machado. Carolina Albuquerque, de 24 anos, estava com o filho de 3 anos, quando o carro foi atingido pela caminhonete que era dirigida pelo estudante. Segundo a perícia, o motorista, que fugiu do local após o acidente, estava em alta velocidade e testemunhas disseram que ele apresentava sinais de embriaguez.

Carolina morreu enquanto recebia atendimento médico. O filho da advogada, que estava no carro, teve alta na Santa Casa da capital sul-mato-grossense. Ele fraturou a clavícula, mas, segundo a família, os médicos também identificaram que a criança machucou duas costelas. O menino está aos cuidados da avó materna. O suspeito se apresentou no último sábado (4).

Jovem e os advogados saindo do Patronato após colocar a tornozeleira (Foto: Alysson Maruyama)

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