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Força-tarefa realiza ‘Operação Deriva 2’ contra aviação agrícola clandestina a crimes de fronteira

Publicado em 21/11/2017 08h47

Força-tarefa realiza ‘Operação Deriva 2’ contra aviação agrícola clandestina a crimes de fronteira

Operação começou ontem e continua hoje em Ponta Porã, Rio Brilhante e Aral Moreira, na fronteira com o Paraguai

Da redação

Uma força-tarefa formada por diversos órgãos da área de segurança pública, meio ambiente, sanidade animal e vegetal e aviação civil, entre outros, faz uma grande operação na região sul do estado, nesta segunda e terça-feira (20 e 21). A operação Deriva 2 visa combater a aviação agrícola clandestina, o contrabando de agrotóxicos, os crimes de fronteira, o trabalho escravo e o desrespeito a legislação trabalhista.

De acordo com o núcleo de comunicação da operação, a fiscalização voltada ao combate de irregularidades na aplicação de agrotóxicos por empresas de aviação agrícola. Hangares localizados nessas três cidades são alvos das diligências. A ação é desdobramento da primeira edição da Deriva, que em março resultou em sete aeronaves apreendidas e quatro empresas autuadas.

Em Ponta Porã, a força-tarefa encontrou um pista de pouso e decolagem que fica a dois minutos de voo do Paraguai. Uma empresa foi autuada em R$ 1,6 milhão por utilizar produtos perigosos em desacordo com a legislação vigente e por prestar informação omissa em processo administrativo. Também foram apreendidos documentos relacionados a 156 anotações irregulares de pousos e decolagens de um avião, algumas, inclusive, sem a assinatura do piloto. Além disso, aeronaves e pilotos estão sendo investigados por suspeita de envolvimento com organização criminosa especializada em tráfico de drogas. Duas aeronaves foram interditadas, sendo que uma delas operava mesmo suspensa.

Já em Rio Brilhante, a 160 km da Capital, a operação interditou cinco aeronaves das empresas Asas do Cerrado, Nórdica e Dimensão Aviação Agrícola. Pulverização agrícola sem a devida licença, documentos aeronáuticos vencidos, ausência de receituários agronômicos nos relatórios de pulverização e falta de pátio de descontaminação foram algumas das falhas constatadas pela perícia.

Por fim, em Aral Moreira, uma empresa teve uma aeronave interditada. As equipes também constataram que o abastecimento das aeronaves era feito por funcionários sem treinamento e que não recebiam adicional de periculosidade. Além disso, não havia equipamentos de proteção individual, as instalações elétricas encontravam-se em condições precárias e o descarte de resíduos ocorria sem observância às normas de saúde, higiene e segurança dos trabalhadores.

Conforma a Força-Tarefa, a operação recebeu o nome de Deriva em referência a situações em que o agrotóxico não atinge o local desejado e se espalha para outras áreas, a Operação Deriva integra uma série de fiscalizações ambientais conjuntas previstas para Mato Grosso do Sul. A ideia, segundo o núcleo da ação, é fazer inspeções periódicas de combate a danos ambientais e à saúde da população.

Órgãos envolvidos – A operação foi provocada pela Comissão de Combate aos Impactos de Agrotóxicos em Mato Grosso do Sul e coordenada pelos ministérios públicos federal, do trabalho e do Estado de Mato Grosso do Sul.

Participam da operação a PMA (Polícia Militar Ambiental), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Deco (Delegacia de Combate ao Crime Organizado), Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Governo de Mato Grosso do Sul).

Fiscal da Anac faz vistoria em avião agrícola na manhã desta terça-feria (21), na operação Deriva 2, que está sendo realizada em três cidades de Mato Grosso do Sul: Rio Brilhante, Aral Moreira e Ponta Porã (Foto: MP-MS/Divulgação)

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