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Juiz manda perito entregar celular para esclarecer suspeita de armação

Publicado em 18/07/2017 12h45

Juiz manda perito entregar celular para esclarecer suspeita de armação

Após duas perícias, flambadores de sushi apareceram na caminhonete do comerciante

A Justiça determinou que o perito Domingos Sávio Ribas entregue o aparelho celular e chip para realização de perícia no aplicativo WhatsApp.

O pedido foi feito pela defesa do policial rodoviário federal Ricardo Moon, que responde a processo na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande pela morte do comerciante Adriano Correia do Nascimento após briga de trânsito.

Depois de duas perícias, dois flambadores de sushi (com formato que lembra revólver) apareceram na caminhonete do comerciante, apreendida desde 31 de dezembro de 2016, dia do crime.

Primeiro, o MPE (Ministério Público Estadual) pediu e o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida autorizou a quebra de sigilo da perita Karina Rébulla Laitart. Em seguida, o advogado Renê Siufi solicitou medida similar em relação ao perito, com intenção de confrontar os diálogos no aplicativo.

“A propósito, entendo que o requerimento da Defesa se afigura pertinente, tendo em vista o princípio da isonomia entre o Ministério Público e a Defesa, bem como para que o fato referente aos flambadores que teriam sido forjados no interior do veículo da vítima, após o noticiado delito e antes da realização da perícia, seja devidamente esclarecido, notadamente a fim de saber quem teria sido o autor dessa conduta”, afirma o magistrado na decisão.

O aparelho deve ser entregue e remetidos ao Instituto de Criminalística. O prazo para conclusão da perícia é de dez dias.

Trajetória – Durante audiência sobre o surgimento dos flambadores no veículo do morto, Karina disse que Sávio teria interesse em alterar o resultado do laudo pericial e que teria dito ter amizade com Siufi.

Ao ter uma de suas conclusões sobre a trajetória de disparos questionada por Sávio, a perita voltou a inspecionar o veículo. Ao abrirem a porta, ela, Sávio e um agente de polícia cientifica encontraram os maçaricos no assoalho dianteiro em frente ao banco do passageiro.

Na mesma audiência, realizada em 11 de abril, Sávio lamentou ser visto como suspeito. Na ocasião, Siufi negou amizade com Sávio e classificou a afirmação como “leviana”. O advogado interpelou a perita na Justiça.

Na resposta, ela afirma não ter dito em juízo que a informação da amizade entre Sávio e o advogado conste no WhatsApp. De acordo com a perita, que anexou transcrição de conversa, o que consta é Sávio dizendo que seria arrolado pela defesa como testemunha.

Homicídio – O policial Ricardo Moon foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete. O crime foi em 31 de dezembro de 2016, na avenida Ernesto Geisel.

O processo está pronto para decisão do magistrado, que vai decidir se pronuncia ou não o réu a júri popular. A defesa recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pretende que o processo seja transferido para a Justiça Federal.

CG News

No celular, foto de Adriano, morto por policial após briga de trânsito. (Foto: Alcides Neto)

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