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Farmacêuticos pedem apoio para piso salarial e AL faz interlocução com Governo

Publicado em 05/07/2017 18h15

Farmacêuticos pedem apoio para piso salarial e AL faz interlocução com Governo

AL/MS

Farmacêuticos que atuam em Mato Grosso do Sul foram à Assembleia Legislativa (ALMS), durante a sessão plenária desta quarta-feira (5/7), pedir apoio aos parlamentares para interlocução com o Governo do Estado. Eles querem que o Executivo envie à Casa de Leis projeto estabelecendo piso salarial de R$ 3.748,00 aos profissionais, por 40 horas de jornada semanal.

“Isso já foi muito debatido, inclusive em audiência pública e durante reuniões para formatar o pré-projeto, e o governo se mostrou favorável à nossa reivindicação, mas até agora nada e por isso solicitamos o apoio dos deputados”, afirmou o presidente do Sindicado dos Farmacêuticos de Mato Grosso do Sul (Sinfar/MS), Luiz Gonçalves Mendes Júnior.

Segundo ele, cerca de três mil farmacêuticos estão em atividade no Estado e a maioria precisa de dois ou mais empregos para sustentar as famílias. “O valor que estamos pedindo é o que atende minimamente os profissionais e esperamos que essa situação se resolva o quanto antes”, ressaltou Mendes Júnior, reiterando que o mínimo pago a um profissional da área hoje é R$ 2.420,00 mensais. Ele lembrou que o piso contemplará os profissionais da rede pública estadual de saúde e os trabalhadores da iniciativa privada. “Cabe aos municípios regulamentar o piso junto aos seus servidores”, complementou.

Presidente da Comissão Permanente de Saúde da ALMS, Dr. Paulo Siufi (PMDB) defendeu o pleito da categoria e cobrou um posicionamento do Governo do Estado. “Queremos uma resposta, seja qual for. O que não pode é ficar nesse leva e traz, com o Governo dando desculpas”, afirmou o deputado, que convidou o presidente do Sinfar/MS a apresentar as reivindicações dos profissionais durante a sessão plenária. Siufi argumentou que as grandes redes de farmácia “lucram fortunas” e que cabe aos farmacêuticos a responsabilidade de lidar com a vida das pessoas.

Pela liderança do PT, João Grandão explicou que a definição do piso salarial “justo e digno” é fundamental para o fortalecimento da categoria e das relações de trabalho. “Além de ser um direito, é uma forma de garantir que os trabalhadores se fortaleçam diante de discussões importantes, como a Reforma Trabalhista, em debate no Congresso Nacional”, analisou. Também reforçou o protagonismo da ALMS na interlocução com o Executivo. “Temos uma responsabilidade muito grande nessas questões, temos que nos posicionar e por isso registro aqui o apoio da nossa bancada ao pleito dos trabalhadores”, concluiu.

Funcionalismo

O deputado Amarildo Cruz (PT) qualificou como “muito triste” a situação por que passa Mato Grosso do Sul. Segundo ele, é “revoltante” que o Governo do Estado conceda 2,94% de reajuste aos servidores, percentual que nem mesmo recompõe a inflação anual, que oscilou entre 4% e 5%. “E esse índice, que não recupera o poder de compra do trabalhador, só será aplicado em outubro! Onde foram parar os recuros arrecadados a partir da reforma administrativa? E o que foi arrecadado a partir do pacote de tributos que aprovamos nesta Casa? Além disso, o Governo renegociou a dívida com a União. Ou seja, nosso Estado parece uma nau sem rumo”, disse.

Ele lembrou que os deputados estaduais formaram uma comissão, a pedido de diversas categorias, para debater com o Governo os índices de reajuste. Para o parlamentar, o argumento de que o Estado e o Brasil passam por grave crise econômica não se sustenta mais para justificar a ineficiente gestão dos recursos públicos. “Os servidores da ALMS, do TJMS, do Tribunal de Contas, tiveram reajuste porque o Governo do Estado é obrigado a repassar os recursos do duodécimo aos Poderes, mas exclui e discrimina os próprios servidores [do Executivo]”.

O 2º secretário, Zé Teixeira (DEM), ponderou que o Executivo dispõe de recursos muito reduzidos para conceder os reajustes defendidos pelas categorias de servidores e que prioriza o pagamento em dia dos salários. “Certamente, que o governador [Reinaldo Azambuja] gostaria de dar um aumento bem maior, mas isso tem que ser feito com responsabilidade, até porque não adianta dar reajuste e depois não conseguir honrar”, disse. Para o deputado, o Estado sofre os reflexos da crise econômica e da alta carga tributária e fica atrelado aos repasses constitucionais. “O Governo passa por um verdadeiro arrocho financeiro e, na prática, tem 5% do que arrecada para investir e com isso é muito difícil fazer alguma coisa”, reiterou.

Com relação à reivindicação dos farmacêuticos, Zé Teixeira lembrou ainda que qualquer aumento deve considerar as especificidades do exercício profissional. “Sabemos que os profissionais merecem, mas temos que avaliar que, lá em Jateí, por exemplo, o dono da farmácia pode não conseguir pagar esse piso salarial”. O líder do Governo na Casa de Leis, Professor Rinaldo (PSDB), conversou com os farmacêuticos e disse que continuará intermediando o diálogo. “Os donos de farmácia são contra essa proposta, mas agora vamos voltar a nos reunir com o Governo e, em breve, teremos uma definição”, garantiu.

Profissionais defendem mínimo de R$ 3.748,00 por 40 horas semanais
Foto: Victor Chileno

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