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Relatório aponta duas cidades fronteiriças de MS como as mais violentas do País

O documento foi divulgado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf)

14/08/2018 18h29
Por: Correio do Estado

Paranhos e Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, são os municípios fronteiriços mais violentos do Brasil, segundo relatório preliminar do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), com dados de 2016, divulgado hoje. Segundo o Governo do Estado, a violência é resultado da disputa entre as facções criminosas na fronteira.

Conforme o levantamento, proporcionalmente, Paranhos aparece como a mais violenta entre 32 “cidades-gêmeas” avaliadas, aquelas que ficam lado a lado na fronteira de países diferentes. Em 2016, foram registrados 15 homicídios na cidade, no entanto, o município, que tem cerca de 13 mil habitantes, é o que tem a taxa de letalidade mais alta, com 109,7 assassinatos por 100 mil habitantes.

O segundo colocado em violência é Coronel Sapucaia, com uma taxa de 67 homicídios por 100 mil habitantes. Em números absolutos, foram 15 homicídios no ano de 2016.

No levantamento que correspondete ao período de 2013 a 2016, a taxa de letalidade aumentou 150% em Paranhos, saltando de seis homicídios em 203 para os 15 em 2016. No mesmo período, a situação de Coronel Sapucaia melhorou, caindo de 14 assassinatos em 2013 para 10 ocorrências.

Secretário municipal de Governo de Paranhos, Aldinar Ramos Dias, disse que na maioria dos casos de assassinato, as vítimas não são moradoras da cidade e que muitos homicídios não são esclarecidos. “A realidade das fronteiras é esta. Sofremos com isso, e tanto as autoridades estaduais quanto as federais já estão cientes. É um grande desafio para todos”, disse.

A assessoria do governo do Mato Grosso do Sul disse que a violência em Paranhos e Coronel Sapucaia é resultado da disputa entre as facções criminosas brasileiras que se instalaram em municípios paraguaios próximos. Conforme o Governo, o Estado tem reforçado a presença das forças de segurança pública nas fronteiras, suprindo o que classifica como “ausência das forças federais” na região.

Presidente do Idesf, Luciano Stremel Barros, também afirmou que o crescente poder das organizações transfronteiriças, como o contrabando, tem “alimentado a violência e ajudado a armar as facções crimonosas”.

“Voltamos a alertar que, se não houver uma estratégia política integrada para a fronteira, o problema tende a se agravar, com reflexos para todo o país”, afirmou.

SEGURANÇA PÚBLICA

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann disse, ontem (13), que o governo federal está deslocando cerca de 250 agentes da Força Nacional para reforçar a vigilância das fronteiras, além de ampliar o número de policiais federais na região. Nova ação conjunta com a Força Aérea Brasileira (FAB) deve ser desencadeada nos próximos dias. Ele não detalhou em quais municípios fronteiriços serão feitas as ações.

“Serão ações conjuntas que incluirão o monitoramento de pequenas aeronaves”, afirmou o ministro, defendendo a liberação de mais recursos para o desenvolvimento do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).

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