Publicado em 05/07/2017 07h57
Aplicação de multas despenca, e trânsito vira ‘território livre’
Em 2015, multas foram para 85,7 mil motoristas; neste ano só 408
Correio do Estado
Com radares desativados há mais de sete meses, a quantidade de multas despencou e as vias de Campo Grande se tornaram atrativo para os infratores.
As multas aplicadas por excesso de velocidade até o dia 1º de maio deste ano não representam nem 0,5% do total registrado em 2016, quando Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) contabilizou 85.762 autuações deste tipo. Com isto, a arrecadação da autarquia caiu R$ 7,4 milhões neste ano em comparação com os sete primeiros meses do ano passado.
Parte da queda na aplicação de multas – foram apenas 408 entre 1º de janeiro e 1º de maio deste ano – deve-se à paralisação do serviço de fiscalização eletrônica do trânsito da Capital.
Os aparelhos estão inoperantes desde o fim do ano passado, em razão de encerramento de contrato com a empresa Perkons, responsável pelo gerenciamento das máquinas. Desde então, 97 radares – instalados em 53 pontos da cidade -, e 30 faixas de lombada – existente em 16 locais – não estão funcionando.
Sem os aparelhos em funcionamento, houve queda drástica da arrecadação da Agetran por meio de multas. Entre 1º de janeiro e 04 de junho deste ano foram pagos R$ 4.362.228,70 em multas, o que não representa nem 25% do arrecado no mesmo período do ano passado – R$ 11.784.175,57. O valor total arrecadado em 2016 foi deR$ 18.281.631,11.
A situação acabou sobrecarregando os agentes e policiais de trânsito e comprometendo a fiscalização de infrações.
Município e estado serão questionados pelo Ministério Público Estadual (MPE) com relação a arrecadação por meio de multas. Ontem, foi publicado no Diário Oficial da instituição a abertura de procedimento preparatório para apurar o transparência dos órgão executivos de trânsito com relação a estes valores.