Atraso de salários pode paralisar ônibus em Campo Grande; entenda o caso

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Terminal de transporte público em Campo Grande (Foto: Redes sociais)

Sindicato e Consórcio Guaicurus se encontram nesta segunda para tratar de salários atrasados

Campo Grande pode enfrentar uma nova paralisação dos motoristas de ônibus nos próximos dias. O Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo na capital, não pagou o 13º salário dos funcionários e ainda não quitou a folha referente ao mês de novembro, sem previsão de regularização.

O anúncio foi feito pelo próprio Consórcio na sexta-feira (5), que alegou grave crise financeira causada pela inadimplência nos repasses do poder público, incluindo vale-transporte, subsídios e outros componentes tarifários. “A falta de regularização imediata destes pagamentos críticos está ameaçando a continuidade e a qualidade da prestação dos serviços de transporte na capital”, destacou a empresa em nota.

Ao todo, cerca de 1.100 motoristas e funcionários estão afetados. O pagamento deveria ter sido realizado até o quinto dia útil do mês, mas não ocorreu. Além disso, os trabalhadores temem que o vale, normalmente pago no dia 20, também seja atrasado, coincidindo com o prazo do 13º salário.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG) se reúne nesta segunda-feira (8) com representantes do Consórcio para tentar uma solução. Segundo o presidente do sindicato, Demétrio Freitas, se não houver pagamento, a greve não está descartada. “Faremos por meio de publicação de edital, tudo dentro dos conformes”, afirmou.

O Consórcio Guaicurus, que já faturou mais de R$ 1,8 bilhão desde que assumiu o serviço, afirma que a crise se deve à inadimplência do poder público e solicita providências urgentes para regularizar os repasses. Sem os recursos, a empresa alerta que não poderá arcar com salários, 13º, combustíveis, manutenção da frota e outros custos operacionais básicos, o que pode comprometer a operação do transporte coletivo.

Em outubro, uma paralisação de algumas horas já havia ocorrido por atraso no pagamento do vale, deixando passageiros desassistidos. Na época, a Prefeitura destinou R$ 2,3 milhões para evitar impactos no serviço. As autoridades municipais, representadas pela Agereg e Agetran, afirmam que aplicarão multas e outras sanções caso haja descumprimento contratual.

A situação coloca em alerta usuários do transporte público, que podem ser novamente afetados por atrasos ou interrupções nos serviços.