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sexta-feira, 29 de março, 2024
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Empresas, instituições públicas e privadas irão auxiliar em ações de combate ao Aedes Aegypti

20/01/2020 16h30
Por: Redação

O combate ao mosquito Aedes aegypti em Campo Grande terá o apoio de empresas, entidades e instituições públicas e privadas do Estado, que irão contribuir de forma estratégica nas ações de enfrentamento, conscientização e sensibilização da população, conforme plano de atuação a ser estabelecido por cada ente. As propostas de engajamento foram discutidas em reunião realizada nesta segunda-feira (20), no Paço Municipal.

As instituições devem auxiliar sobretudo na divulgação e propagação de informações sobre prevenção e os cuidados em geral para evitar a proliferação do Aedes aegypti, além da mobilização de seus colaboradores/servidores em ações de bloqueio pré-programadas, com supervisão e auxílio técnido da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau).

Representantes de instituições públicas e privadas presentes na reunião se comprometeram a verificarem a possibilidade de envolver a comunidade acadêmica em ações específicas a serem realizadas no retorno às aulas, as chamadas “acolhidas”, ou até mesmo por meio do “trote consciente”.

Outro ponto levantado é a possibilidade da impressão de pequenos informes nas contas de luz e água, reforçando as orientações à população, bem como a possibilidade de auxilio na identificação de imóveis fechados e abandonados.

De acordo com o secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Antonio Lacerda, o objetivo é envolver a iniciativa privada e a sociedade cívil organizada definindo assim ações estratégicas para otimizar o trabalho de enfrentamento ao mosquito.

“É preciso que estejamos juntos, se quisermos ter êxito nesta tarefa. Envolver a sociedade civil organizada e buscar parcerias no âmbito público ou privado é fundamental para que nós possamos desenvolver ações integradas que sejam realmente efetivas”, disse.

O prefeito Marquinhos Trad destaca que há 25 anos já se discutia estratégias de enfrentamento e combate ao mosquito Aedes aegypti, à época conhecido somente pela transmissão da dengue, e de lá pra cá, infelizmente, pouco se avançou em relação a mudança de comportamento da população.

“Os levantamentos oficiais mostram que 80% dos focos são encontrados dentro das residências e não nos terrenos baldios ou locais abandonados como muitos pensam. Portanto, cabe a cada um de nós fazer a sua parte. É uma questão de consciência. Não basta apenas o Poder Público atuar. Essa é uma batalha de toda a sociedade. Por isso estamos iniciando uma série de ações, chamando a sociedade civil organizada, instituições públicas e privadas, conclamando toda a população para fazer parte desta corrente. Vamos agir e evitar que os campo-grandenses sofram mais uma vez por conta das doenças provocadas por este mosquito”, enfatiza.

Segundo o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, o que chama a atenção é a mudança de característica do mosquito e o aumento do potencial de letalidade. Este ano três pessoas já morreram em decorrência da dengue em Mato Grosso do Sul, sendo 1 em Campo Grande.

“No passado, o mosquito só se proliferava em água limpa e parada e hoje não é mais assim. Qualquer ambiente que acumule água pode ser considerado um criadouro em potencial. Além disso, o mosquito também está resistente as mudanças climáticas. Outro fator que nos preocupa é quanto o perfil dos óbitos registrados este ano. Todos eram jovens e não apresentavam comorbidades, considerando que até então se sabia que a dengue causava estragos maiores em idosos portadores de doenças crônicos ou imunodeprimidos”, disse.

Estiveram presentes na reunião representantes da OAB-MS, Solurb, Unigran Capital, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), SEST/SENAC, Sebrae, Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL), Águas Guariroba, Rede Comper de Supermercados, Assaí Atacadista, Unimed e Cassems.

Operação Mosquito Zero

Nesta quarta-feira (22), às 09 horas, a Prefeitura lança a campanha “Mosquito Zero”, na escola municipal Fauze Scaff Gattass Filho, no bairro Nova Campo Grande. Uma megaoperação de combate ao mosquito Aedes aegypti envolvendo todas as secretarias. A ação deve durar em torno de 10 dias.

**Dados epidemiológicos **

Os dados epidemiológicos relativos aos 15 primeiros dias de 2020 mostram um número significativo de notificações de suspeitas de dengue feitas ao serviço de vigilância epidemiológica. Desde o início do ano foram 284 notificações, sendo que um óbito, de um homem de 30 anos, já foi confirmado.

Além dessas ainda foram registradas três notificações de Zika Vírus e uma de Chikungunya, que ainda estão passando por processo de avaliação laboratorial para confirmar ou não as suspeitas.

Durante todo o ano de 2019 foram registrados 39.417 casos notificados de dengue em Campo Grande, sendo 19.647 confirmados e oito óbitos.

Apesar dos números expressivos impulsionados pela epidemia do último ano, o mês de dezembro fechou com aproximadamente 45% a menos de casos registrados no ano anterior.

Infestação pelo Aedes

O primeiro LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes Aegypti) realizado no ano, divulgado nesta semana, revela que sete áreas foram classificadas com o risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito.

O número de áreas em alerta praticamente dobrou, em comparação com o último LiRaa divulgado em novembro do ano passado, passando de 22 para 42 áreas. Dezoito áreas permanecem com índices satisfatórios. O índice mais alto foi detectado na área de abrangência da USF Iracy Coelho, com 8,6% de infestação. Isso significa que de 233 imóveis vistoriados, em 20 foram encontrados depósitos. A área da USF Azaleia aparece em segundo com 7,4% de infestação, seguido da USF Jardim Antártica, 5,2%, USF Alves Pereira, 4,8, USF Sírio Libanês, 4,4%, Jardim Noroeste, 4,2% e USF Maria Aparecida Pedrossian (MAPE), 4,0%.

Doenças transmitidas pelo mosquito:

Dengue

A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.

Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde.

Chikungunya

Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.

Zika

Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história.

Observe o aparecimento de sinais e sintomas de infecção por vírus Zika e busque um serviço de saúde para atendimento, caso necessário.

Empresas, instituições públicas e privadas irão auxiliar em ações de combate ao Aedes Aegypti

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