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Escolas recebem painéis de artistas regionais com cenários sul-mato-grossenses

08/12/2016 07h00

Escolas recebem painéis de artistas regionais com cenários sul-mato-grossenses

Escola Maria de Lourdes Toledo Areias foi a primeira a receber pintura

Correio do Estado

O artista plástico Pedro Guilherme Goés, que assina a pintura do peixe, explica que nenhuma delas foi produzida individualmente. Primeiro foi preciso organizar um grupo de pais e mães de alunos para lixar as paredes e pintá-las com tinta branca; só depois os alunos foram chamados para ajudar a pintar os desenhos feitos pelos voluntários da confraria. “Toda a comunidade abraçou a causa”, afirma.

A sujeira, os rabiscos e os buracos das paredes eram um convite às cores. “Era triste ver o quanto aquela escola estava depredada, e agora vemos o que a interação entre o artista e a comunidade pode fazer. Nós mostramos para eles que fazer arte é coisa simples. Depois que ficou pronto, eles olhavam e nem acreditavam que foram eles mesmos quem fizeram.”

PRESERVAR

A repaginação começou depois que os professores fizeram um trabalho de conscientização sobre a preservação de bens públicos, como a escola, e falaram sobre expressões culturais durante as aulas. Aconteceu também uma feira cultural, com o tema “Sociedade e Sustentabilidade”, que finalizou a discussão do assunto e deixou aos estudantes o convite para participarem do fim de semana em que a pintura foi realizada.

De acordo com a diretora Adriana Bellei, depois que participaram das atividades e ajudaram os artistas, os alunos passaram a defender a escola como um espaço que precisa ser cuidado. “Isso de ter uma obra de um artista pintada por várias mãos fez com que eles se sentissem muito felizes e também responsáveis pela escola.”

Os banheiros, antes pichados pelos estudantes quase toda semana, também receberam pinturas em grafite feitas por um dos alunos e um grupo de amigos dele. O resultado agradou bastante e afastou o aspecto ruim que eles apresentavam há muito tempo.

A escola foi inaugurada em 1986 e só passou por reforma uma vez. Segundo Adriana, o prédio não recebeu nenhuma pintura recente.

A professora de Ciências Renata Araújo dá aula para a turma da tarde, do 1º ano do Ensino Fundamental, e comenta que as crianças adoraram poder estudar em um ambiente mais colorido. “Eles falaram que gostaram bastante e agora cuidam e dizem que ninguém pode estragar.”

OCUPAÇÃO PEDAGÓGICA

A Confraria Socioartista foi criada neste ano e se propõe a ocupar os espaços públicos com arte. Já realizou exposições, feiras de arte e apresentações teatrais por Mato Grosso do Sul.

A ideia de levar arte para as escolas e transformar seu ambiente físico foi do artista plástico baiano, radicado em Campo Grande, Apres Gomes.

Ele chama de “ocupação pedagógica” o projeto que pretende levar adiante com os demais artistas do grupo.

A escolha de locais como as escolas tem uma razão especial. “A cultura se forma dentro do espaço onde a pessoa vive, e esse espaço vai revelando as expressões das pessoas. A escola é um lugar frequentado todos os dias, é a extensão do lar. Ver e produzir cultura a partir do envolvimento de toda a comunidade motiva a todos.”

Alunos têm contato direto com trabalho de artistas plásticos da Capital - Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado

Obra do artista plástico Pedro Guilherme  (Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado)

Estudantes produzem imagens descontraídas em corredor  (Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado)

Pintura cria ambiente mais descontraído em sala de aula (Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado)

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