Início Manifestação Motoristas de APP fazem ‘festa’ em carreata protesto na Capital

Motoristas de APP fazem ‘festa’ em carreata protesto na Capital

Manifestação passa pela Avenida Afonso Pena, na Capital (Foto: Idaicy Solano)

Com lives e trio elétrico uma manifestação de motoristas de aplicativos em Campo Grande, marcou a manhã desta terça-feira (26), em protesto contra projeto enviado ao Congresso Nacional, que quer a regulamentação da profissão, com salário e jornada de trabalho. Veja vídeos abaixo do Enfoque MS que acompanhou a ação que noticiamos que haveria na Capital, como pelo Brasil Contra regularização, motoristas de APP fazem carreata nesta terça-feira em CG .

A manifestação na Capital contou com mais de cem motoristas de aplicativo fazendo a carreata pelas ruas de Campo Grande nesta manhã, contra o projeto do Governo Federal (veja detalhes abaixo), que prevê regulamentar o trabalho da categoria, tornando obrigatória contribuição à Previdência Social, fixando renda mínima de um salário mínimo e impondo limite à jornada de trabalho.

A ação presencial, na rua, contou até com um trio elétrico puxando o comboio. “Lideres’ do movimento falaram ao microfone palavras de ordem e pediram aos deputados federais de Mato Grosso do Sul que não aprovem a proposta, quando ela for votada no Congresso Nacional. “Eu não acho certo cobrar uma taxa que não é necessária. Já pegam muito dinheiro do povo. Acredito que todo mundo vai sair perdendo, tanto o usuário do aplicativo quanto o motorista”, falou Mateus Ferreira, 25 anos, um dos apoiadores do protesto.

Ferreira apontou principalmente ser contra a impor limite às horas trabalhadas. “Eles querem controlar isso? A gente vai perder nossa autonomia, de certa forma. Se a gente quiser trabalhar mais vai ter que pedir permissão, mas pedir permissão para trabalhar? A gente não está matando nem roubando, eu não concordo, não é certo”, comenta.

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Além do trio, o protesto conta com drones filmando a passagem pelas ruas. A manifestação foi acompanhada pela Polícia Militar, Guarda Municipal e Agetran (Agência Municipal de Trânsito).

O projeto

A proposta, promessa de campanha do presidente Lula, foi apresentada pelo governo federal à Câmara dos Deputados no início deste mês como PLC (Projeto de Lei Complementar).

O PLC, que ainda só deu entrada no Legislativo e não foi votado pelos parlamentares, terá caminhos em Comissões a percorrer, com texto de atual proposta que prevê os seguintes pontos:

Motoristas de APP fazem 'festa' em carreata protesto na Capital
Momento da concentração dos motorista para saída as ruas de Campo Grande

Carga horária – A jornada de trabalho será de oito horas, mas poderá chegar a até a 12 horas, caso tenha acordo com sindicatos da categoria.

Piso salarial – Os trabalhadores terão piso salarial definido por horas rodadas, R$ 32,09 cada. Deste valor, R$ 8,02 são referentes ao serviço prestado e R$ 24,07 aos custos do trabalhador. A base de remuneração será o salário mínimo vigente, de R$ 1.412, sendo calculado entre o momento em que o motorista aceita a corrida até a hora em que o passageiro chega ao destino.

Nenhum trabalhador poderá ganhar menos que R$ 10 por saída, R$ 2 por quilômetro e R$ 0,21 por minuto, no caso da categoria X, por exemplo. O valor aumenta de acordo com a categoria de transporte que o motorista atende.

Benefícios – Se o motorista passar de seis horas trabalhadas, as empresas terão que fornecer vale-alimentação diário para os profissionais cadastrados nas plataformas, contadas a partir desta sexta hora. Os trabalhadores e dependentes também terão garantidos os serviços médico e odontológico.

Previdência – O texto prevê recolhimento de 7,5% para o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), garantindo previdência social aos trabalhadores. Já as empresas pagarão 20%. Esses percentuais vão incidir sobre 25% do valor repassado aos motoristas pelas empresas. Eles terão direito a benefícios como aposentadoria por idade, pensão por morte e auxílio-doença.

Ponto fixo de apoio – O projeto determina ainda que as empresas deverão manter à disposição dos motoristas cadastrados, pontos de apoio  fixos e que esses locais deverão ser definidos pelo sindicato. Neles, devem haver insumos para primeiros socorros, sanitários em perfeitas condições e água potável.

Banimentos – Os motoristas banidos pelas plataformas após infrações tidas como leves, poderão reingressar na plataforma por meio de prova de reciclagem. O trabalhador só será readmitido pela empresa depois que o sindicato comprovar a aptidão do candidato.

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