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Com deflação e desemprego, BC deve manter taxa de juros em 6,5%

Taxa básica de juros (Selic) deve continuar no mesmo patamar em 2019, apostam economistas

11/12/2018 07h26
Por: Diego Junqueira/R7

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central dá início nesta terça-feira (11) a dois dias de reuniões para definir a nova taxa básica de juros da economia, a Selic — ferramenta utilizada para controlar a inflação brasileira e que serve de referência para as demais taxas de juros do mercado. A expectativa é que o índice seja mantido em 6,5% pela sexta vez consecutiva.

A manutenção da Selic em seu menor patamar da história se deve aos resultados oficiais da inflação divulgados na última sexta-feira (7), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e que apontaram inflação de – 0,21% (deflação) em novembro. Nos últimos 12 meses, a inflação foi de 4,05% — abaixo da meta central do governo, que é de 4,5%.

“O BC deve manter em 6,5% a taxa base porque a inflação está bem controlada. Depois de ter dado uma acelerada nos últimos meses, ela desacelerou forte e veio até com deflação no mês passado”, avalia Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. Silveira também justifica a manutenção da taxa em 6,5% em razão do alto nível de desemprego e do subaproveitamento da indústria brasileira. “Esse é um patamar de estímulo á economia”, diz.

Para 2019, a expectativa é de que a taxa de juros continue em 6,5%, pelo menos no primeiro semestre, afirma o economista Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos.

“No segundo semestre, [a Selic] vai depender das pautas do Congresso, da aprovação de reformas, do plano de concessões e privatizações, do preço das commodities, principalmente do petróleo, que impacta no preço interno da gasolina, do nível de chuvas e dos preços da energia elétrica, e também dos serviços de saúde”, avalia Indech. Todos esses fatores podem influenciar o consumo, a inflação e, consequentemente, as taxas de juros.

De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% em julho de 2015. Nas reuniões seguintes, a taxa foi mantida nesse patamar.

Em outubro de 2016, foi iniciado um longo ciclo de cortes na Selic, quando a taxa caiu 0,25 ponto percentual para 14% ao ano. Esse processo durou até março deste ano, quando a Selic chegou ao seu mínimo histórico. Nas reuniões de maio, junho, agosto, setembro e outubro de 2018, o Copom optou por manter a Selic em 6,5% ao ano.

BC anuncia na quarta se mantém ou altera taxa Selic. Reuters

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