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Vídeo: Comando Vermelho ameaça procuradora-geral do Paraguai

O vídeo foi divulgado pelo próprio Ministério do Interior paraguaio.

10/11/2018 06h25
Por: Redação

Integrantes da facção criminosa Comando Vermelho que teriam tentado resgatar o narcotraficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o ‘Marcelo Piloto’, um dos chefes da facção criminosa, aparecem em um vídeo fazendo ameaças à procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez. A ameaça foi feita um dia depois Marcelo Piloto, dar entrevista coletiva, de dentro da prisão à imprensa paraguaia.

No vídeo, eles adiantam que a cabeça da procuradora já está “a prêmio” por ela estar desarticulando o “sistema” do narcotráfico nas regiões de fronteira. As ameaças levaram o Ministério do Interior a montar uma operação para protegê-la. Na gravação, cinco homens aparecem encapuzados e armados enquanto um deles segura uma fotografia de Sandra.

“Temos um recadinho para você. Hoje aqui no Paraguai, nosso objetivo é você. Então, presta bem atenção que o papo é reto: muita gente não está gostando da pilantragem que você está fazendo com o sistema. Como você está vendo, sua cabeça já está a prêmio. Não viemos para pagar comédia. Caso nossa equipe não conclua a missão, outras equipes vão concluir, entendeu?”, dizem.

Outro homem do grupo continua: “Pode abandonar seu cargo que a gente vai atrás de você igual. Você já é o nosso troféu. Estamos atrás de você, doutora. Fica ligeira. Estamos te procurando e a gente vai te achar”. Na sequência, os criminosos engatilham as armas. O vídeo foi divulgado por alguns dos principais meios de comunicação do Paraguai.

O vídeo foi divulgado pelo Ministério do Interior paraguaio, logo após Piloto conceder uma entrevista coletiva, de dentro da prisão, à imprensa paraguaia, negando as acusações de que é um terrorista.

“Não estou dizendo que sou inocente. Mas não sou terrorista, nunca fui. Jogaram coisas em cima de mim que não são verdadeiras”.

“Todo mundo sabe que me dedico ao comércio de armas e drogas. Compro aqui em Assunção e vendo em Ciudad del Este, Pedro Juan Caballero, em Salto del Guairá. Compro e vendo”, acrescentou, de acordo com jornais paraguaios.

Ainda conforme o jornal O Estado de São Paulo, o governo reforçou a segurança da procuradora enquanto investiga a origem das imagens, mas acredita que pelo menos três dos bandidos que aparecem na gravação tenham sido mortos durante uma operação realizada no fim de outubro; outros dois permanecem sendo procurados.

Em uma casa na cidade de Presidente Franco, a 300 quilômetros de Assunção e na Tríplice Fronteira, uma cópia do vídeo foi achada. No mesmo local, as autoridades localizaram um carro-bomba, que seria usado para resgatar Marcelo Piloto, hoje preso no Agrupamento Especializado da Polícia, em Assunção. O veículo foi detonado de forma controlada pela polícia.

O CV, há anos, tenta expandir a sua atuação no Paraguai, disputando com o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de traficantes locais, rotas importantes para o comércio de armas e cocaína no continente.

De acordo com o jornal ABC Color, há uma “guerra” pelo comando da Polícia Nacional, depois que o traficante Marcelo Piloto disse em entrevista que pagava proteção ao atual diretor-geral de Investigação Criminal da Polícia Nacional, Abel Cañete, um dos que aspiram ser o comandante.

Brasileiro preso confessou ser do CV

Na última terça-feira (6), o carioca Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto e apontado como um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina, concedeu uma entrevista coletiva, no Paraguai, onde está preso.

Ele teria ligação com o planejamento do atentado, segundo a polícia paraguaia.

Piloto se irritou quando foi chamado de terrorista, mas confessou que matou um cidadão paraguaio e subornou autoridades do país vizinho para receber proteção policial durante suas viagens para comprar armas.

O suspeito ainda confirmou integrar a facção.

As autoridades paraguaias e brasileiras disseram que a confissão de Piloto é apenas para evitar a extradição para o Brasil.

O Comando Vermelho tinha o controle das transações internacionais de armas e drogas na região, até o final da década de 1990. Quando o PCC e o CV romperam, a facção paulistana passou a dominar o tráfico que vinha do Paraguai para o Brasil.

Vídeo


Reprodução


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