03/06/2016 09h00
Educadores paralisam atividades por 24h em MS no próximo dia 10
Ddos News
Cerca de 450 trabalhadores em educação de todo o Mato Grosso do Sul, delegados dos 73 sindicatos filiados a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), aprovaram, em Assembleia Geral da categoria, realizada na tarde desta quarta-feira, dia 1º de junho, um dia de paralisação nas Redes Estadual e Municipais de Ensino, no próximo 10, Dia Nacional de Lutas em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da democracia.
De acordo com o presidente da Fetems, Roberto Magno Botareli Cesar, a Assembleia Geral é a instância máxima de decisão da Federação. “Debatemos com a nossa categoria as perdas de direitos na educação pública, após as recentes declarações e decisões do atual governo interino de Michel Temer, por este motivo e por entendermos que a democracia deve ser soberana em nosso país, a nossa entidade irá aderir ao Dia Nacional de Luta, 10 de junho e vamos trabalhar para paralisar as unidades escolares e faremos uma grande mobilização em defesa dos nossos direitos aqui em Campo Grande, às 9h, na Praça do Rádio Clube”, afirma.
Na ocasião os microfones da Federação ficaram em aberto para debate e a funcionária administrativa da educação, Lindinalva de Melo, que há 18 anos é agente de limpeza na rede pública de ensino de Três Lagoas, usou a palavra e afirmou que o momento é de mobilização e muita luta. “Sou de base, não sou filiada a nenhum partido político, mas graças às políticas de valorização recentes pude comprar uma casa, vi os professores do meu município pararem de andar de bicicletas e terem seus carros, além de muitas outras coisas, mas o principal é irmos para as ruas conscientes do que o atual governo está propondo, questões assustadoras como se aposentar aos 65 anos, como vamos aguentar? Ele não sabe o que é trabalhar em uma escola, tenho certeza disso”, disse.
A mobilização foi aprovada por praticamente todos os presentes, tiveram apenas dois votos de abstenção.
De acordo com a Fetems, as pautas são em defesa da democracia, contra o fim do piso salarial e da hora-atividade, contra a reforma da previdência e o fim da aposentadoria especial dos professores, contra a privatização das escolas públicas, através das Organizações Sociais e da militarização, contra a retirada da obrigatoriedade dos recursos da Educação Pública (18% da União e 25% dos Estados e Municípios) da Constituição Federal, contra a alteração do regime de partilha na exploração do Pré-sal que destinaria recursos para a educação e saúde. Também contra a entrega de nossas riquezas naturais, como o petróleo, para o capital estrangeiro e também contra a Lei da Mordaça que está sendo debatida em todo o território nacional e está em processo de votação na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande com o intuito de proibir e mandar para a cadeia os professores que debaterem em sala de aula questões de religião, sexualidade (conscientização, igualdade de gênero, violência contra a mulher, homofobia e etc…) e política.
