Com Uber, trajeto do aeroporto ao Centro deve ficar R$ 9 mais barato

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05/09/2016 19h00

Enquanto a Uber não confirma o início de suas corridas em Campo Grande, já dá para ter ideia do impacto que o aplicativo terá no bolso do passageiro. Em reuniões da equipe da empresa no Hotel Deville, motoristas interessados estão sendo informados de que o preço será em média 30% menor em relação a uma corrida de táxi.
Em uma viagem simples do Aeroporto Internacional de Campo Grande ao centro da cidade, que custa hoje cerca de R$ 30, por exemplo, o valor do trajeto cairia para R$ 21. A diferença para o cliente é explicada pelo custo operacional do serviço.

Para que o táxi circule, é necessário pagar uma série de tributos e encargos. “Temos que pagar taxa de uso de solo, vistoria semestral, taxa de renovação da licença, aferição do taxímetro, curso específico, contribuição sindical e INSS”, lista Bernardo Quartin Barrios, presidente do Sintaxi (Sindicato dos Taxistas do Estado de Mato Grosso do Sul).

Essa carga também pesa para os taxistas auxiliares, que dirigem parte dos carros da capital. Esses motoristas tem que pagar uma diária que pode chegar a R$280. “Dos R$ 2,80 por quilômetro que o passageiro paga para rodar, o auxiliar tem que pagar cerca de R$ 1,10 em custo”, aponta José Carlos Áquila, presidente da Assotaxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande).

A entidade se articula há um mês para trazer o aplicativo à cidade. Isso porque os motoristas veem no aplicativo a saída para o alto custo que se paga para trabalhar como taxista auxiliar na capital.

O aplicativo calcula o valor da corrida antes mesmo do motorista chegar para buscar o passageiro. (Foto: Reprodução)
O aplicativo calcula o valor da corrida antes mesmo do motorista chegar para buscar o passageiro. (Foto: Reprodução)
A esperança não é injustificada. Os motoristas que aderiram ao Uber em outras cidades estão satisfeitos com seus lucros. “Trabalho com o aplicativo há seis meses e tenho uma média de lucro para mim de R$ 250 por dia”, conta Cassiano Oliveira Souza, de 21 anos, que trabalha em São Paulo.

Por semana, o jovem consegue R$ 1.250 usando o carro do pai para trabalhar, já descontando os 10% de cada corrida que ficam com o aplicativo. Com o dinheiro, paga sua faculdade de análise e desenvolvimento de sistemas.

O motorista da Uber está livre dos alvarás e taxas anuais, mas há críticas justamente pela pouca regulamentação ou legislação que existe sobre o serviço. “O serviço está sendo alvo de reclamações em todo o país e não tem que prestar contas para ninguém, não há interferência do poder público sobre ele, enquanto o táxi é regulamentado”, diz Bernardo.

Para pegar passageiros pelo aplicativo Uber, basta ter uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) que sinalize a atividade remunerada, o carro, que deve atender àlgumas exigências e o seguro obrigatório para passageiros.

No sistema, o motorista é visto empreendedor individual e emite nota fiscal a cada corrida, seja como MEI ou como Simples. É preciso manter uma boa avaliação — que é feita pelos clientes — para continuar credenciado.

Comparando preços – Hoje, a “bandeirada”, custo fixo a ser pago quando o táxi sai de seu ponto, é de R$ 4,50 em Campo Grande. Em outras cidades, como São Paulo, a mesma taxa no Uber sai por R$3.

E, enquanto o quilômetro do táxi na cidade morena custa R$ 2,80, o uberX, modalidade mais simples do aplicativo, custa R$ 1,43 nas capitais onde o serviço já é oferecido.

O aplicativo oferece como pagamento apenas o cartão de crédito e, assim, não há troca de dinheiro ou maquininhas de cartão dentro do carro da Uber. Diferente dos táxis, onde o motorista opta por receber com dinheiro, débito ou crédito.

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