Estado vai ao ataque para evitar ser atacado

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08/09/2016 08h30

Estado vai ao ataque para evitar ser atacado

Ddos News

O governador de Mato Grosso do Sul perdeu mesmo a paciência. Na terça-feira, Reinaldo Azambuja (PSDB) desembarcou em Brasília para reunião com o ministro da Justiça e Cidadania Alexandre de Moraes. Na pauta, o problema enfrentado pelo Estado com a superlotação e a insegurança de seu sistema carcerário e lá mesmo, teve como resposta a instalação por aqui, de um núcleo de inteligência que atuará no combate aos crimes de fronteira.

A justificativa da ‘sede’ do governador para a reunião faz sentido, principalmente em se tratando dos recentes problemas enfrentados por agentes penitenciários e organismos de segurança por aqui. A violência deixou de ser urbana e provocada na maioria das vezes por problemas sociais e começou a se tornar de ataques contra aqueles que ali estão para manter a ordem.

Principal corredor do tráfico de drogas e uma das maiores rotas para o contrabando, Mato Grosso do Sul tem, a cada dia, superpovoado as suas prisões com flagrantes de criminosos de todas as partes do país. Muitos deles, de alta periculosidade, deixam os grandes centros para atuar nas proximidades com o Paraguai e Bolívia, onde a fronteira seca dá a eles maior facilidade de se adentrar e até se esconder nesses vizinhos países.

A conta, claro, fica para os sul-mato-grossenses.

Dados divulgados pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) mostram que quase a metade dos 15,6 mil internos em todos os regimes por aqui, são condenados pelo tráfico de entorpecentes e custam aos cofres públicos, R$ 126 milhões anualmente. O valor é pago apenas pelo Estado, que deixa de investir em outros setores, justamente por não ter o apoio federal.

Ora, a definição é simples. Se Mato Grosso do Sul está numa faixa de fronteira, com pessoas de todas as partes do Brasil trafegando por aqui, em boa parte atrás de ilícitos, nada mais justo do que o governo federal povoar o Estado não só de agentes de segurança, como também auxiliar no custeio do sistema penitenciário.

É necessária sim a pressão exercida pelo governador Reinaldo Azambuja em busca de auxílio por parte da União, principalmente porque os servidores que atuam nos presídios superlotados e no trato diário com os criminosos não podem pagar pelo descaso e, se necessário, cumpra com a promessa de se tomar medidas judiciais contra o governo para que o Estado não pague sozinho, a conta a ser dividida.

Foto Jessica Barbosa Portal de Noticias MS