Atendente a espera de cirurgia pelo SUS descobre que procedimento já foi feito

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06/10/2016 16h00

Atendente a espera de cirurgia pelo SUS descobre que procedimento já foi feito

No sistema da saúde pública consta que ela passou por cirurgia em janeiro

Correio do Estado

Atendente Maria Pinto Mendonça Silva, de 51 anos, descobriu no início de 2015 que estava com nódulo na tireoide e precisaria ser submetida à cirurgia. Desde então, enfrenta fila de espera para consultar com especialista e, recentemente, descobriu que no banco de dados da saúde pública consta que passou por procedimento cirúrgico em janeiro deste ano, sem sequer ter conseguido a tão esperada consulta.

Maria contou à reportagem do Portal Correio do Estado que no início do ano passado descobriu que estava com nódulo na tireoide. Em novembro, depois de se consultar com médico no posto do Jóquei Clube foi que conseguiu encaminhamento para entrar em fila de espera e consultar com especialista.

Com o passar dos meses, a atendente percebeu que o nódulo crescia e sua pressão arterial estava bastante alterada. Há cerca de quatro meses, durante consulta de rotina no posto de saúde, Maria perguntou ao médico se o problema na tireoide poderia afetar a pressão.

Médico então questionou se a paciente fazia tratamento, ocasião em que ela explicou que ainda estava na fila de espera por consulta com especialista. O profissional fez busca no sistema e ambos então descobriram que no banco de dados constava a informação de que a atendente havia passado por cirurgia no final de janeiro deste ano, no Hospital Rosa Pedrossian.

“Meu marido foi na ouvidoria e eles disseram que não poderiam fazer nada porque eu já tinha feito cirurgia”, contou Maria, que teve que dar entrada de novo na documentação e voltar para a fila de espera para consultar com especialista.

“O nódulo está crescendo muito rápido. Já fiz pulsão, ultrassom, todo o pré-cirúrgico, mas a única solução é remover em cirurgia e é muito cara, em torno de R$ 10 mil. A tireoide produz os hormônios normalmente, mas o problema é que está crescendo”, explicou Maria.

Questionada sobre o assunto, assessoria do Rosa Pedrossian informou que não consta registro da paciente no hospital, nem no Pronto Atendimento Médico e nem no ambulatório. “Pode ter ocorrido de ela ter sido regulada para o hospital, porém não compareceu”.

A reportagem também entrou em contato com assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), mas não teve retorno.

Há 4 meses, Maria voltou para a fila de espera por consulta com especialista - Foto: Divulgação