12/12/2016 12h30
Sem comprar materiais, Sesau deixa de realizar 270 mil exames por mês
Tubos de exames hormonais foram descartados sem diagnóstico
Correio do Estado
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) não compra reagentes desde janeiro deste ano, e desde então, deixou de realizar, em média, 270 mil exames por mês. Vistoria do Conselho Regional de Farmácia (CRF) relatou um panorama ainda pior na saúde pública de Campo Grande: o Laboratório Central Municipal (Labcen) funciona em condições “insalubres”, sem autorização do CRF e sem licença sanitária. Também foi constatado o descarte de 6 mil tubos de materiais coletados para exames hormonais, ou seja: não haverá diagnóstico algum para os pacientes submetidos a estes testes.
Entre as irregularidades apontadas pelo CRF está a ausência de rastreabilidade dos exames realizados, falta de padronização na coleta, transporte, recebimento e triagem das amostra. Segundo o documento, a qualidade dos exames (que ainda são realizados) é gravemente comprometida. Existe, por exemplo, o risco de que um paciente tenha acesso a um resultado de exame, que não reflete a realidade de seu quadro clínico.
Conforme o mesmo relatório, no Labcen os trabalhadores “respiram ar contaminado por fungos”, e as estruturas metálicas de janelas e portas apresentam corrosão em todos os ambientes. No quesito biosegurança, os trabalhadores do local trabalham sem equipamentos de proteção individual.
Este completo abandono do setor de diagnósticos e exames da saúde pública municipal, motivou ação civil pública ajuizada na última sexta-feira pela promotora de Justiça, Paula Volpe. Ao longo do ano, o município de Campo Grande, quando cobrado pelas instituições fiscalizadoras, não tomou providências para resolver ou sequer amenizar o problema, o que motivou que o caso fosse levado à Justiça.












