Presidente do Paraguai demite ministro e chefe da polícia após morte de jovem

202

Publicado em 02/04/2017 12h20

Presidente do Paraguai demite ministro e chefe da polícia após morte de jovem

Jovem liderança do Partido Liberal foi morta após protestos contra políticos em Assunção

R7

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, demitiu no último sábado (1º) o ministro do Interior, Tadeo Rojas, e o comandante da Polícia Nacional, Críspulo Sotelo, depois que um jovem foi baleado e morto dentro da sede do Partido Liberal, em Assunção, na sexta-feira (31). Para seus lugares, o chefe de estado escolheu Lorenzo Lezcano e Luis Alberto Rojas, respectivamente.

Lezcano, interino do Ministério do Interior, afirmou que, diante de um caso tão lamentável, o governo se compromete a trabalhar para chegar ao total esclarecimento do fato e não descansar até que cada um dos responsávels sejam levados à Justiça.

Ele também expressou condolências à família do jovem dirigente do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico) Rodrigo Quintana de La Colmena.

— Os prédios e as ruas podem ser reconstruídos, mas perder uma vida é irreparável.

Luis Rojas, que passou a comandar interinamente a Polícia Nacional, declarou que se o país quer paz, é necessário colaborar com as autoridades.

— A polícia vai continuar cumprindo sua função constitucional de proteder a segurança dos cidadãos e dos bens públicos. Fora isso, continuará colaborando de perto para o esclarecimento [do assassinato] com todos os meios técnicos e científicos.

Entenda o caso

Na sexta-feira à noite, protestos tomaram conta da capital paraguaia, Assunção, depois que 25 senadores votaram a favor do projeto que autoriza a reeleição presidencial. A votação ocorreu sem a presença dos vários legisladores e do presidente do Senado, Roberto Acevedo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Velázquez, convocou depois uma sessão para o sábado para tratar a emenda, que cancelou posteriormente para evitar mais incidentes.

O partido do ex-presidente Fernando Lugo aprovou a emenda para que o ex-bispo possa concorrer nas eleições de 2018, e o Partido Colorado para que o atual presidente do Paraguai, Horacio Cartes, possa fazer o mesmo. A atual Constituição paraguaia proíbe a reeleição presidencial.

Por outro lado, o Partido Liberal, o maior da oposição, e outras forças opositoras, alegam que a emenda é anticonstitucional como meio de facultar um segundo mandato presidencial.

No sábado, o rapaz foi baleado e morto na sede do Partido Liberal.

Familiares e amigos se despedem de Rodrigo Quintana, ex-liderança do Partido Liberal do Paraguai, morto pela polícia durante protesto
Marcos Brindicci/02.04.2017/Reurters