Publicado em 13/05/2017 19h04
Deficit da previdência em Campo Grande pode chegar a R$ 28 milhões mensais
Projeção foi apresentada pelo secretário de Finanças, Pedrossian Neto
Correio do Estado
O deficit do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG), que quadruplicou nos últimos anos, deve continuar crescendo e chegar a R$ 28 milhões ao mês na próxima década. A projeção pessimista é da Secretaria de Finanças e Planejamento (Sefin) e foi apresentada pelo secretário da pasta, Pedro Pedrossian Neto, em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores.
Conforme Pedrossian Neto, atualmente, o deficit mensal da previdência gira em torno de R$ 10 milhões ao mês. Porém, o índice tem crescido a cada ano e a projeção é que, dentro de uma década, esse deficit seja de R$ 28 milhões ao mês. O aumento expressivo, explicou, se deve ao crescimento no número de aposentados e pensionistas.
Na época do prefeito Nelson Trad, exemplificou o secretário, o instituto contava com cerca de 2,5 mil aposentados e pensionistas. Hoje, são aproximadamente 4,7 mil, e a estimativa é que mais 4,6 mil sejam incorporados nos próximos dez anos, o que faz com que salte para mais de nove mil o número de inativos. Em contrapartida, não há projeção de crescimento no número de ativos. “A proporção que era de quatro para um vai ficar praticamente dois para um. Ou fazemos algo para sanar a nossa previdência ou estamos absolutamente quebrados”, disparou Pedrossian Neto.
De acordo com o secretário, o instituto foi projetado para que quatro servidores ativos arcassem com um inativo – cerca de 25% do valor do salário é remetido ao IMPCG, dos quais 14% sai da prefeitura e 11% do salário dos servidores. No entanto, com o crescimento no número de inativos e aumento da perspectiva de vida das pessoas idosas, a conta deixou de fechar.
Com 22 mil servidores ativos, aproximadamente, a prefeitura passou a tirar dinheiro do tesouro para injetar no instituto. “Essa amortização do débito está em cerca de R$ 10 milhões ao mês. Mas vai passar de R$ 28 milhões ao mês nos próximos dez anos. A prefeitura não tem como arcar com um déficit desses. Ela vai ficar completamente esgotada na capacidade de prover e investir”.
NACIONAL
Para o secretário, embora alarmante, há pouco o que se fazer enquanto não for definida a reforma na previdência pelo governo federal. “Estamos olhando com muita atenção para o que está acontecendo em Brasília (DF). O que acontecer na reforma da previdência vai dar uma linha de como vamos tratar a nossa previdência aqui, isso se não vier alguma determinação [da União].
Conforme dados do IMPCG, divulgados pelo Correio do Estado em março deste ano, o deficit da previdência quadruplicou nos últimos anos, passando de um saldo negativo de R$ 17,068 milhões para R$ 72,734 milhões em 2016. Entre os anos de 2012 e 2016, o crescimento no número de aposentados foi de 55%, saltando de 2,7 mil para 4,2 mil até o fim do ano passado. Paralelamente, a folha de pagamento dos aposentados e pensionistas também cresceu, 104,27% até abril do ano passado, enquanto que o crescimento na folha de servidores ativos foi de 27,89%.
