Publicado em 25/05/2017 16h49
Dois são indiciados por lesão na garganta de jovem que comeu lanche com cerda de metal
Delegado concluiu inquérito e gerente e chapeiro do Habib’s foram indiciados. Oito testemunhas prestaram depoimento e laudos apontaram lesões na laringe da vítima.
G1 MS
A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava ferimentos em um estudante de 22 anos, logo após ele passar mal e encontrar uma cerda de metal presa na garganta. O delegado Elton Galindo, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), disse nesta quinta-feira (25), em Campo Grande, que dois funcionários do Habib’s foram indiciados por lesão corporal e crime contra as relações de consumo. O estabelecimento na capital sul-mato-grossense não quis se pronunciar sobre o assunto.
“O chapeiro e o gerente do estabelecimento, unidade Afonso Pena, foram indiciados com a conclusão do inquérito. Ao todo, oito testemunhas foram ouvidas e nós temos laudos que apontam lesão na laringe da vítima. Recentemente, o Instituto de Criminalística constatou semelhança na cerda, extraída da garganta do consumidor, com as cerdas de uma das escovas apreendidas no Habib’s”, afirmou o delegado.
A família também possuía a mesma suspeita. “Foi apenas uma prova do que suspeitávamos desde o início. O caso ocorreu em fevereiro deste ano. Nós pedimos várias coisas, como sanduíche, quibe e esfirra. Houve uma demora na entrega e então pedimos para viagem. Ao chegar em casa, na segunda mordida, ele já começou a tossir, vomitar e repetir que algo estava preso na garganta. Foi quando chamei o meu marido e o levamos até o hospital”, ressaltou a mãe da vítima, Isabel de Lima.
Entenda o caso
O jovem comeu um lanche e o pedaço de metal foi encontrado após ele dar entrada no hospital. O estuadante permaneceu por uma noite, realizando endoscopia, entre outros exames. Quando houve o registro policial, investigadores foram até o estabelecimento comercial e apreenderam três escovas de metal, utilizadas para limpeza da chapa.
Em depoimento, ainda conforme a polícia, o gerente confirmou que usava os objetos para a limpeza das chapas e que não houve nenhuma reclamação no local. “Eu acho que tudo começa na higiene do ambiente. E no hospital fomos informado que, caso o objeto tivesse perfurado o duodeno, ele viria a óbito”, ressaltou a mãe.
Conforme a polícia, a empresa pode responder pelos crimes de lesão corporal culposa e oferecimento de produto impróprio para consumo. A pena para os crimes pode chegar a seis anos de prisão. A família também entrou com um pedido de indenização, segundo a mãe do estudante.
