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Copom se reúne hoje e deve baixar juros para 10,25% ao ano

Publicado em 31/05/2017 07h39

Termina hoje reunião que deve levar a taxa básica de juros ao menor nível em mais de três anos

Mercado estima que a Selic será cortada novamente em 1 ponto percentual, para 10,25% ao ano

R7/G1

O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), define nesta quarta-feira (30) o novo patamar dos juros básicos da economia brasileira. A previsão do mercado financeiro é de que seja estabelecido o sexto corte consecutivo da Selic para os próximos 45 dias.

No último encontro do grupo, realizado no mês de abril, foi decidido de maneira unânime pela redução da taxa em 1 ponto percentual, a 11,25% ao ano.

Economistas ouvidos semanalmente pelo BC apostam que o Copom deve manter o ritmo de redução da Selic e cortar a taxa em 1 ponto percentual, para o patamar de 10,25% ao ano, o que representaria a menor taxa de juros desde janeiro de 2014.

Caso as expectativas sejam confirmadas e a Selic recue, a sinalização é de que a economia brasileira está voltando à estabilidade após a crise que atravessou o País.

Após a definição da nova taxa, marcada para acontecer a partir das 18h, o BC divulga a ata da reunião na terça-feira da semana que vem (6), com as explicações sobre a decisão.

Impacto da crise política

Antes da crise política gerada pela delação de executivos da J&F, empresa que controla o frigorífico JBS, e que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a autorizar a abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer, parte do mercado financeiro apostava em um corte maior na Selic, de 1,25 ponto percentual.

Agora, porém, os analistas estão mais cautelosos e estimam, em grande maioria, que o Copom vai manter o ritmo de corte em 1 ponto percentual, igual ao feito pelo comitê na reunião passada.

Para o professor do mestrado em Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian, a crise política, que provocou aumento da volatilidade no mercado financeiro, é a razão para a queda na possibilidade de uma redução maior da taxa de juros.

Segundo o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, sócio da consultoria Schwartsman & Associados, as tensões no campo político contaminam também as estimativas de queda dos juros nos próximos meses.

“Eu mantenho a previsão de juros em 8,5% ao ano no fim de 2017, mas havia uma percepção [no mercado] de que o BC podia buscar 8% no fim do ano. Tinha gente até com 7,5%. Agora, fica mais difícil porque [a crise] atrapalha a questão da reforma da Previdência”, disse ele.

Sistema de metas

A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, definida todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Normalmente, quando a inflação está em alta, o BC eleva a Selic na expectativa de que o encarecimento do crédito freie o consumo e, com isso, a inflação caia. Essa medida, porém, afeta a economia e gera desemprego.

Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo CMN, o BC reduz os juros. É o que está acontecendo agora.

Em razão do fraco nível de atividade, a inflação está bem comportada. Nos primeiros quatro meses deste ano, segundo o IBGE, a inflação oficial (medida pelo IPCA) ficou em em 1,1%, menor índice para o período desde o início do Plano Real. Em doze meses, somou 4,08%, o menor valor em 10 anos.

Para 2017, o mercado financeiro prevê que a inflação deve ficar em 3,95%, abaixo da meta de 4,5% fixada pelo CMN para este ano. A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À época, o país sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa.

Explicações sobre a decisão será divulgada na próxima terça-feira

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