Publicado em 09/06/2017 11h07
Relator vota para cassar chapa Dilma-Temer por caixa 2 via Odebrecht e fala em “cultura de propina”
Para ministro, empreiteira idealizou “um dos maiores esquemas de corrupção do mundo”
R7
O ministro Herman Benjamin, relator do processo da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), votou na manhã desta sexta-feira (9) para cassar a coligação pelo esquema de caixa 2 para a campanha repassado pela empreiteira Odebrecht.
Segundo o relator, o empresário Marcelo Odebrecht herdou uma “cultura de propina” de uma família que há três gerações “dominou os poderes constituídos do Brasil” e idealizou “um dos maiores e mais sofisticados esquemas de corrupção do mundo”.
Para o ministro, mesmo com a retirada do depoimento dos executivos da empreiteira, somente os documentos e provas periciais referentes à empreiteira são suficientes para sustentar a conclusão do voto dele.
Pouco antes, o relator disse que a empreiteira, segundo depoimento de Marcelo Odebrecht, disponibilizou 150 milhões em recursos para a campanha da coligação vencedora. Para o ministro, após as investigações, ficou comprovado que a maior parte desses recursos entrou na campanha via caixa 2.
Benjamin sustentou que não é preciso comprovar que esses recursos repassados eram pagamento de propina de negócios da Odebrecht com a Petrobras para caracterizar que houve abuso de poder político e econômico na campanha. Ele disse que o entendimento do TSE prevê que recursos via caixa 2 são suficientes para demonstrar tal abuso.
