Publicado em 11/07/2017 17h40
Temer afirma que não vai tolerar os que querem paralisar o Brasil
Presidente diz ter feito “em um ano e um mês de governo o que não se fez nos últimos 20 anos”
R7
O presidente Michel Temer usou seu discurso em cerimônia que lançou o programa de regularização fundiária no Brasil para agradecer os deputados que o defenderam na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e afirmou que não irá “tolerar” aqueles que querem parar o País.
— Os que querem impedir que continuemos são aqueles que querem paralisar o país. Nós não vamos tolerar isso, nós vamos em frente, nós vamos continuar.
Mais um vez, Temer fez questão de ressaltar o que seu governo teria conseguido alcançar em 13 meses e chegou a dizer que fez “em um ano e um mês de governo o que não se fez nos últimos 20 anos”.
— Registro minha satisfação, não exatamente de presidir a República brasileira, que é um grande orgulho, mas ao fato de presidi-la nesse um ano e um mês e ter feito tanto por esse País.
O período citado por Temer pega não apenas os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, mas parte do governo tucano Fernando Henrique Cardoso.
Em uma situação pouco usual no Planalto, o governo conseguiu reunir uma plateia animada de beneficiários do programa de regularização fundiária, trazidos por parlamentares que lidam com o tema, que chegaram a ensaiar coros de “Fica Temer” durante o ato.
O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), levou um grupo de moradores de condomínios no Distrito Federal. O senador Hélio José (PMDB-DF) também organizou um grupo de moradores de colônias agrícolas de Brasília. Os dois grupos serão diretamente beneficiados pela medida.
Já o deputado José Silva Soares (SD-MG) organizou uma caravana de 30 produtores rurais, também atingidos pela regulamentação. De acordo com os organizadores, eles não arcaram com nenhum dos custos da viagem até Brasília.
Ao começar a discursar, Temer fez questão de citar o nome de Izalci Lucas e, ao ouvir os aplausos, chegou a brincar: “eu sei receber aplausos”.
Temer também aproveitou seu discurso para agradecer os parlamentares que o defenderam durante a sessão de segunda-feira na Comissão de Constituição e Justiça, e repetiu que será “obediente” ao que o Congresso decidir.
— Eu quero dizer que estarei obediente a tudo aquilo que os senhores deputados decidirem, mas quero agradecer aqueles que, nas orações que fizeram, revelaram indignação com a injustiça. Não só com o fato em si, mas com o que se faz com o Brasil.
Na véspera, vários líderes governistas defenderam Temer após o relator da CCJ para a denúncia, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), apresentar parecer favorável que a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal a analisar a acusação. Para o exame da denúncia pelo STF ser autorizado é preciso o apoio de 342 dos 513 deputados.
Convidado para a cerimônia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia — sucessor imediato de Temer, caso esse seja afastado para ser processado — não compareceu, apesar da previsão em sua agenda. De acordo com a assessoria de Maia, todos os convites recebidos pelo presidente da Câmara são colocados em sua agenda, mas não houve explicação para sua ausência.
