
Indicado por Bolsonaro para o Supremo, André Mendonça foi sabatinado e aprovado pelo Senado no início do mês
O ex-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, toma posse como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima quinta-feira (16). O comunicado já havia sido feito após Mendonça ter se reunido com o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, na sede do STF, no último dia 2.
Indicado para o STF pelo presidente Jair Bolsonaro em julho deste ano, André Mendonça foi sabatinado e aprovado pelo Senado, no dia 1º de dezembro. Ele vai herdar mais de 900 processos que estavam sob relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho, dentre eles, 23 ações que correm sob sigilo.
No Supremo, Mendonça deverá participar de julgamentos considerados polêmicos, que abordarão temas como bloqueio de perfis de apoiadores do governo nas redes sociais e prisão após condenação em segunda instância.
Depois de quase quatro meses aguardando aprovação pelo Senado, o novo ministro ingressa no cargo sob o desafio de separar a Constituição da Bíblia durante sua atividade como magistrado. Mendonça é pastor em uma Igreja Batista Presbiteriana de Brasília, e foi questionado pelos senadores sobre temas como independência em relação a Bolsonaro; casamento de pessoas do mesmo sexo; Lei de Segurança Nacional; e armas.
Entre os ministros que declaram sua religião no Supremo, Mendonça será o único evangélico. Apenas as ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia não têm suas profecias religiosas publicamente conhecidas. Esse tema não costuma ser um problema no Supremo, e não existem casos recentes e notáveis de pedidos de suspeição de ministros, ou seja, impugnação da atuação de um magistrado no processo por motivos religiosos.
Carreira
O magistrado serviu por 20 anos na AGU, onde ele é servidor de carreira. Natural de Santos, em São Paulo, ele já está habituado aos corredores do poder na capital federal. Foi ministro da Justiça no governo do presidente Bolsonaro, período em que acumulou polêmicas ao abrir investigações contra críticos do governo, e por fim, ocupou o cargo de advogado-geral da União até a indicação ao Supremo.



















