‘achei que era brincadeira’, diz garota sobre estupro coletivo

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Publicado em 07/09/2017 09h41

Adolescente vítima de estupro coletivo diz que ato durou 30 minutos: ‘achei que era brincadeira’

Vítima e uma amiga prestaram o primeiro depoimento à polícia nesta quarta-feira (6), após uma semana do suposto crime em uma chácara em Corguinho (MS).

G1 MS

A adolescente de 16 anos vítima de um suposto estupro coletivo durante uma festa em uma chácara em Corguinho, município a 100 quilômetros de Campo Grande, disse que o ato sexual com o professor dela e dois amigos durou cerca de 30 minutos. Também confirmou que havia ingerido bebida alcoólica.

“Eu achei que era uma brincadeira, mas quando começou a forçar o ato, a puxar meu cabelo e eu a gritar desesperada, vi que era uma coisa valendo”, contou a vítima.

Ela disse que tudo aconteceu depois dela sair do banheiro e os dois amigos a puxarem para o quarto. Neste momento da festa, havia poucas pessoas. “Por último só ficaram seis pessoas na chácara, foi o momento que fui ao banheiro. Quando eu saí, eles me puxaram e me levaram para o quarto. Dois meninos me puxaram. Aí, em seguida, entrou o professor no quarto e ficou segurando a porta”, recordou.

A adolescente disse aos três para deixarem ela sair do quarto e que não gostava daquele tipo de brincadeira, mas a reação foi agressiva.

“Um dos agressores veio e arrancou minha roupa, eu estava de vestido. Eu gritei para eles pararem, eu gritei o nome das meninas que estavam lá. Comecei a chorar desesperada”, disse a adolescente vítima do suposto estupro coletivo.

Depois da violência sexual, uma amiga entrou no quarto e a viu sem roupa. “Ela perguntou se eu estava bem e eu disse que não. Eu disse para ela me tirar dali. Ela me chamou para ir embora com meu professore eu disse que não ia”, afirmou a vítima.

Segundo a vítima, a chácara era um ambiente que estava acostumada a frequentar e as pessoas da festa eram de convivência frequente. A festa inclusive foi combinada por meio de um aplicativo de bate-papo.

A adolescente conta que depois ainda foi ameaçada por um dos meninos que estava no final da festa. “Eu esperei todo mundo ir embora e ficou um amigo que me acompanhou até a ponte e foi me falando que era para eu esquecer o que tinha acontecido, que não era para espalhar o que tinha acontecido ali, que se acontecesse algo eu ia me ferrar”, disse.

A vítima ainda pensou em não fazer nada contra os agressores por pensar que ficariam impunes. Mas no dia seguinte, ao contar o que tinha acontecido a uma amiga, que não tinha ido à festa, ela incentivou a procurar um médico porque aquilo tinha sido errado.

“Ela disse para procurarmos um médico porque estava erra por foi contra a minha vontade”, relembrou.
Quando chegaram ao hospital e contaram os fatos à equipe médica, imediatamente, a instituição entrou em contato com o Conselho Tutelar que providenciou a ida à delegacia para o registro policial e ao Ministério Público do Estado (MP-MS).

Investigação

O delegado de Rochedo Paulo Roberto Diniz e também atende Corguinho disse que vai ouvir todos que participaram da festa na chácara e aguarda o resultado do exame de DNA, feito em Campo Grande, para saber se tem material genético dos suspeitos no corpo da vítima.

A vítima e uma amiga prestaram pela primeira vez depoimento à polícia nesta quarta-feira (6), uma semana depois do possível crime.

O Ministério Público do Estado (MP-MS) aguarda a conclusão do inquérito policial e já abriu procedimento para assegurar os direitos da jovem violentada, como acompanhamento psicológico da adolescente e familiares.

O diretor do colégio onde o professor trabalha disse que pediu informações do boletim de ocorrência à polícia para decidir o que será feito. Por enquanto, o profissional continua trabalhando normalmente.

Nenhum dos suspeitos foi preso porque, segundo o promotor Thiago Bonfatti, não houve situação de flagrante. Mas pode haver pedido de prisão durante a investigação.

Região da chácara onde teria ocorrido o estupro (Foto: Osvaldo Nóbrega)