Publicado em 28/09/2017 19h54
Médicos apresentam proposta para Santa Casa não fechar psiquiatria
Defensoria entrou com ação e dia 3 de outubro terá audiência
Correio do estado
A ala de psiquiatria da Santa Casa de Campo Grande não será mais fechada no dia 30 de setembro, conforme o presidente da instituição havia ameaçado.
Apesar de não haver o fechamento, a disputa entre a classe de médicos psiquiatras, que defende a permanência da ala, e o presidente da Associação Beneficente Campo Grande (ABCG), entidade que administra a Santa Casa, Esacheu Nascimento, permanece.
“Agora a defensora pública, Eny Diniz, entrou na causa com ação, representando a população, e no dia 3 de outubro terá audiência de conciliação”, adiantou a médica psiquiatra Cristina Harada.
Na semana passada, dia 20 de setembro, médicos psiquiatras, deputados, defensoria e representantes do Ministério Público Estadual (MPE) reuniram-se com o presidente da instituição, Esacheu Nascimento, para apresentar uma proposta de programa federal que viabilizaria o atendimento pisquiátrico na Santa Casa.
Depois da proposta ter sido apresentada, a Santa Casa tem prazo de 15 dias para analisar e informar se aceita ou não o projeto.
“Pedimos para que a Santa Casa aderisse ao programa federal Rede de Apoio Psicossocial (Rap), que incentiva alas de psiquiatrias em hospitais gerais, como a Santa Casa, e não em hospícios. No programa, eles pagam diária de R$ 300,00 para estada do paciente durante sete dias e R$ 110,00 para a segunda semana de internação”, explicou o deputado estadual Paulo Siufi (PMDB), que foi acionado por médicos psiquiatras para que intevisse na negociação.
De acordo com Siufi, Esacheu garantiu que não fecharia a ala de psiquiatria durante esses 15 dias em que a proposta será analisada.
O programa federal prevê também o aumento de mais 20 leitos de psiquiatria no hospital. Hoje, a Santa Casa dispõe de 10 leitos e, de acordo com a médica Cristina Harada, esses leitos são insuficientes comparada a demanda que o hospital recebe.
“Tem vezes que temos que acelerar alta de paciente porque outro, em estado pior, já está chegando e não tem leitos suficientes”, explicou a médica.
Na reunião que aconteceu na semana passada com o MPE, Siufi declarou também que o secretário de Saúde do município, Marcelo Vilela, se comprometeu em dar apoio para que o programa federal seja implantado.
“Vilela disse que após a alta na Santa Casa, o paciente terá o acompanhamento necessário nos Centro de Apoio Psicossocial (Caps)”, reportou Siufi.
RAP
De acordo com a psiquiatra Cristina Harada, o programa federal Rede de Apoio Psicossocial funciona em vários hospitais do Brasil.
“Fechar a ala de psiquiatria é nadar contra a correnteza, é ir contrário a lógica mundial”, defendeu ao lembrar que a maioria dos pacientes são dependentes químicos e que o uso de drogas tem crescido mundialmente.
A defensora pública Eny Diniz, que entrou com ação popular para tentar impedir o fechamento da ala de psiquiatria da Santa Casa, alega que alas de hospitais que oneram menos tem a obrigação social, moral e humanitária de custear alas referente a saúde humana social, no caso, saúde psiquiátrica.
PSIQUIATRIA
A ala de psiquiatria da Santa Casa é composta por nove médicos, nove residentes e um estagiário. O presidente Esaqueu Nascimento tinha ameaçado fechar os 10 leitos do hospital e deu prazo até o dia 15 de setembro para que pacientes fossem transferidos para o hospital Nosso Lar.
Porém, devido às negociações feitas entre a classe e o presidente, nenhum paciente foi tranferido e o hospital vai manter a ala funcionando até a próxima reunião de negociação, que acontece no dia 2 de outubro.




















