Após ter o primeiro caso confirmado de Varíola dos Macacos, as autoridades de saúde pública de Campo Grande estão investigando mais dois pacientes que apresentaram os principais sintomas da doença.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), em comunicado distribuído para a imprensa, os pacientes são dois homens de 27 e 36 anos que moram em Campo Grande.
Os dois estiveram em São Paulo recentemente e apresentaram os sintomas logo após regressarem da viagem. Atualmente, ambos estão em isolamento domiciliar aguardando resultado de exames laboratoriais.
Ao todo, são são seis casos suspeitos registrados em Mato Grosso do Sul, sendo que três destes já foram descartados e um foi confirmado no dia 15 de julho. O caso confirmado foi de um homem de 41 anos, tambérm residente em Campo Grande.
Assim como nos dois casos em investigação pela SES, esse paciente que teve o vírus confirmado esteve em São Paulo antes de apresentar quadro clínico de febre, pequenos caroços e feridas na pele e nos órgãos genitais.
Ele já está recuperado da doença e as feridas estão se cicatrizando. A região onde o paciente mora não foi divulgada pela SES, que mantém a tranquilidade da sociedade, porém, alerta para que sejam tomados os cuidados de prevenção, como a higenização.
Varíola dos Macacos
De acordo com o Instituto Butantan, a Varíola dos Macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.
A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.
“A varíola dos macacos se espalha pela proximidade, cara a cara, pele a pele, contato direto. É assim que sempre foi descrito. Pode haver algumas coisas novas acontecendo neste surto agora. Não sabemos tudo. Ainda há muito o que aprender”, diz a OMS.
O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
Os principais sintomas da varíola dos macacos são:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Dores musculares
- Dores musculares;
- Gânglios (linfonodos) inchados;
- Calafrios;
- Exaustão.
Geralmente, de um a três dias após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, que costuma começar no rosto e se espalha para diversas partes do corpo. As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
O uso de máscaras, distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.
Pacientes com suspeita da doença devem ficar em isolamento, em um local com boa ventilação natural. É recomendado que ambientes comuns, como banheiro e cozinha, fiquem com janelas abertas. Caso more com outras pessoas, deve-se usar a máscara cirúrgica bem ajustada e protegendo a boca e o nariz.
Quem estiver com suspeita também não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Os itens só podem ser reutilizados após higienização.