
Um berçário para filhotes de axolotes foi instalado no Bioparque Pantanal e agora é a mais nova atração do complexo turístico de Campo Grande. Ao todo, são sete filhotes desta espécie de anfíbio que estão expostos num tanque junto com os pais.
De acordo com a direção do aquário, o casal da espécie, que também é chamada de ‘monstro aquático’, chegou no mês de julho, após serem vítimas de tráfico de animais silvestres. Elas foram apreendidas durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Na nova morada, em menos de um mês, os axolotes se reproduziram, condição que só ocorre quando o animal está ambientado com o local e os parâmetros de água estão adequados.
“Por ser uma espécie ameaçada de extinção, a reprodução é uma vitória para toda nossa equipe. Ficamos felizes em reforçar o pilar da conservação, todo um trabalho desenvolvido em prol do bem-estar, focando na garantia da existência e sobrevivência do animal”, explicou a diretora do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri.
O sucesso da reprodução dos axolotes se tornou pesquisa de TCC e os sete filhotes que foram transferidos da quarentena para a maternidade são os que mais se desenvolveram em um experimento sobre preferência e desenvolvimento alimentar do estudante de zootecnia e estagiário do Bioparque, William Batista.
“Os que ficaram maiores se alimentaram de um tipo de ração com teor proteico considerável e os que basicamente tiveram um tratamento com artêmia, não se desenvolveram tanto quanto os demais”, detalhou.
Sobre a espécie
De origem mexicana, a espécie de Salamandra nunca sai do estado larval e não se tornam animais terrestres, passando a vida na água doce.
Reza a lenda que esse animais marinhos diferentes seriam a reencarnação do antigo deus asteca Xolotl, responsável pelo fogo e pela iluminação.
Descrito como um deus com esqueleto de homem e cabeça de monstro. Não à toa, sua figura lembra muito a de uma salamandra aquática com brânquias externas.
Entre suas “habilidades”, estão a capacidade de se recuperar de feridas sem deixar cicatriz. A regeneração de extremidades amputadas, e a reparação completa da medula espinhal em caso de lesões.
Ao identificar as sequências genéticas responsáveis pela regeneração dos axolotes, cientistas acreditam que, no futuro, eles poderão contribuir com a medicina humana.
Atualmente, o lago Xochimilco, na Cidade do México, é o único lugar do mundo onde é possível encontrar axolotes selvagens.



















