A fronteira de Corumbá com a Bolívia continua fechada neste domingo (23), mais de 24 horas após o conflito entre manifestantes que resultou na morte de um homem. O grupo que impede a passagem de veículos entre os dois países pede a realização no próximo ano do Censo Demográfico da Bolívia, então previsto para acontecer somente em 2024.
Ainda ontem, a reunião que buscava o encerramento do chamado Paro Cívico (relativo a greve geral no Brasil) no departamento de Santa Cruz acabou sem acordo.
Na oportunidade, representantes do Comitê de Promoção do Censo 2023, o governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, e dois ministros do governo federal boliviano Luis Arce, tentaram um acordo que acabou sendo interrompido diante da recusa em reconsiderar um novo decreto determinando o período de realização do levantamento.
O último Censo Demográfico da Bolívia aconteceu em 2012 e a população de Santa Cruz argumenta que houve crescimento da região, porém, sem a comprovação disso o estado não consegue receber mais verbas públicas para investir em serviço de infraestrutura e demais áreas.
A linha internacional de Corumbá com as cidades fronteiriças de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, após o confronto de sexta, foi fechada no sábado (22) do lado boliviano. Carros, cavaletes e até montes de terra impedem o tráfego de veículos. É o terceiro fechamento desde o início dos protestos.
Na noite de sexta-feira (21), quando houve o confronto entre manifestantes pró e contra o Paro Cívico em Puerto Quijarro, um homem, identificado como Julio Pablo Taborga, mais conhecido como ‘Viborita’, morador de Arroyo Concepción, acabou morrendo ao receber uma pancada na cabeça.
Três pessoas, que, supostamente, estariam envolvidas na morte de Taborga, foram presas. As batidas foram realizadas entre ontem e este domingo depois que o juiz Erick Raúl Tellez emitiu mandados de instrução. Os detidos foram transferidos, por via aérea, para o aeroporto El Trompillo, na capital de Santa Cruz.
