Dona de creche flagrada jogando bebê contra colchão é transferida para presídio

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Polícia agiu rapidamente assim que obteve autorização judicial. — Foto: Divulgação

A mulher de 30 anos presa em flagrante na última segunda-feira (10) em Naviraí por torturar crianças na creche que administrava já está aguardando pelo julgamento do caso no Presídio Feminino de Rio Brilhante. Ela passou por audiência de custódia no dia seguinte e teve a prisão preventiva aceita pela Justiça.

No processo, o juiz responsável Paulo Roberto Cavassa de Almeida decidiu mantê-la presa para a “garantia da ordem pública, dada a gravidade concreta dos fatos, consubstanciada pela violência contra crianças”. Ainda segundo as informações, ela foi colocada em uma cela individual, já que existe a possibilidade de ser agredida pelas outras internas.

Ainda de acordo com a investigação, quando foi presa, a mulher chegou a ameaçar cometer o suicídio na delegacia alegando que, independente do que acontecesse com ela, a partir de agora “estava ferrada na sociedade”. Quando se acalmou, a autora prestou o depoimento. A funcionária dela, de 26 anos, pagou fiança de R$ 1.320,00 e foi solta no mesmo dia.

Na versão da autora, ela disse que começou a trabalhar como babá há mais ou menos cinco anos e que, depois, decidiu abrir uma creche particular e foi ampliando a estrutura de sua própria casa para receber mais e mais crianças. Em nota, a creche negou os fatos, especialmente que são feitas agressões contra as crianças.

O caso foi descoberto porque uma ex-aluna denunciou os fatos. Com o andamento das investigações, a Polícia Civil conseguiu autorização da Justiça para instalar câmeras de videomonitoramento dentro da casa onde funcionava a creche e flagrou uma bebê de 11 meses sendo arremessada duas vezes pela proprietária contra um colchão.

A agressão aconteceu porque a criança começou a chorar, mudando de posição constantemente. Irritada, a mulher a pegou brutalmente e depois a jogou novamente no local onde estava anteriormente. Como eram captados imagem e som ao vivo, os policiais ouviram a mulher chamar a bebê de “sem vergonha”.

Neste momento, uma equipe foi até o local para impedir que novas agressões ocorressem, enquanto outra permaneceu analisando as gravações. Com o passar do tempo, os investigadores também estranharam a bebê não se levantar do colchão e permanecer na mesma posição por horas, sem se arrastar, engatinhar ou andar.

Ela aparentava estar sob efeito de algum medicamento. Ao examinarem as imagens, viram a funcionária ministrando um remédio para tratamento de enjoo na criança, que em seguida dormiu. Ainda de acordo com a polícia, as duas cuidadoras ficavam muito tempo sentadas e mexendo no celular, sem cuidar das crianças.

O Conselho Tutelar foi acionado e as crianças que estavam no local foram entregues aos responsáveis. A bebê realizou exame de corpo de delito que constatou “edema em região malar esquerda e lesão bolhosa em face medial do terço médio do pé esquerdo”. A dona da creche vai responder pelos crimes de tortura qualificada e exposição da saúde de outrem a perigo.

A polícia ressaltou que pais e responsáveis das crianças que foram atendidas pela creche que notarem comportamento diferente nas crianças devem procurar a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) para prestar o boletim de ocorrência contra a instituição e a autora.