A deputado federal sul-mato-grossense Camila Jara (PT) surpreendeu seus seguidores nessa terça-feira (06) ao anunciar que está com um câncer na tireoide. Para poder tratar da doença, ela pediu afastamento da Câmara dos Deputados.
“Recebi um diagnóstico que ninguém quer ouvir. Câncer”, frisou. “Mas há calmaria em meio à tempestade: o tipo de câncer é tratável, as chances de cura são as mais altas”, continuou ela, em uma publicação no seu perfil no Instagram.
A parlamentar passou por uma cirurgia na tireoide, ocasião em que descobriu o câncer. Agora, um novo procedimento está marcado para o dia 12 deste mês, devendo ficar internada por até cinco dias.
Conforme Camila Jara, ela seguirá atuando remotamente na Câmara dos Deputados. Ela fará o tratamento contínuo com iodoterapia, uma das etapas para a recuperação de um câncer. Ela tem 30 anos e está cumprindo o primeiro mandato em Brasília.
“A verdade é que redescobri que a coragem mora na minha história, nas lutas da minha família, nos rostos das mulheres que me criaram, e nas batalhas de quem nunca desistiu de sonhar”, destacou no post.
Entenda a doença
O site do Drauzio Varella explica que a tireoide é uma glândula constituída por dois lobos, o esquerdo e o direito, ligados por um istmo. Juntos, eles assumem o formato de uma borboleta de asas abertas, de um escudo ou da letra H.
Os hormônios tireoideanos são fundamentais para o metabolismo. A quantidade que a glândula produz é regulada pela hipófise, glândula situada no cérebro que fabrica o TSH, o hormônio estimulador da tireoide.
O câncer de tireoide atinge três vezes mais as mulheres do que os homens, na faixa entre os 20 e os 65 anos. Os tipos mais comuns são os carcinomas papilífero, folicular, medular e o anaplásico.

O carcinoma papilífero, responsável por 70%, 80% dos casos, é um tumor pouco agressivo, de evolução lenta. Na maioria das vezes, é diagnosticado num exame de rotina e reage bem ao tratamento. Quando ocorrem metástases, os gânglios linfáticos costumam ser os inicialmente afetados.
O segundo tipo mais frequente é o carcinoma folicular que costuma manifestar-se depois dos 35 anos e oferece risco maior de recidivas e metástases. Nos casos mais avançados, pulmões e ossos são os órgãos em que primeiro se disseminam as células tumorais.
O carcinoma medular é responsável por aproximadamente 5% dos casos de câncer da tireoide. Em geral, trata-se de um tumor mais agressivo, relacionado com certas síndromes genéticas e que secreta uma proteína que acarreta a calcificação dos ossos.
O carcinoma anaplásico corresponde a 2% dos casos de tumores da tireoide. De crescimento rápido, em pouco tempo atinge órgãos à distância, como os pulmões, os ossos e o fígado.
Tanto o carcinoma papilífero quanto o folicular costumam ser assintomáticos nas fases iniciais. Quando os sinais aparecem, o mais comum da doença costuma ser o aparecimento de nódulo palpável ou visível na região da tireoide ou do pescoço.
Em estágios mais avançados, podem ocorrer também aumento dos gânglios linfáticos e do volume do pescoço, rouquidão, tosse persistente, dificuldade para engolir e sensação de compressão da traqueia.
Em geral, o tratamento do câncer de tireoide é cirúrgico (tireoidectomia total ou parcial) e leva em conta o tipo e a gravidade da doença. Caso as células malignas tenham comprometido os gânglios cervicais, é necessário retirá-los.