Equipes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizam desde sábado (18) em Campo Grande visitas técnicas para planejar a realização da COP15 das Espécies Migratórias — a Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres. O evento está marcado para março de 2026 na capital sul-mato-grossense e deve reunir representantes de mais de 130 países, além de cientistas, povos originários, comunidades tradicionais e sociedade civil.
Durante a convenção, serão debatidos os principais desafios para a conservação de milhares de espécies que atravessam fronteiras internacionais — incluindo antílopes, peixes, baleias, elefantes, morcegos, pássaros e até borboletas. Essas espécies migratórias desempenham papel fundamental na manutenção da biodiversidade, equilíbrio ecológico e saúde ambiental dos ecossistemas.
A comitiva da Convenção sobre Espécies Migratórias da ONU (CMS) conta com María José Ortiz Noguera, Tine Lindberg-Roncari e Nader Ibrahim, todos do setor de Serviços de Conferência. Pelo MMA, participam Camila Neves Soares Oliveira, coordenadora geral, e Rodrigo Marcos da Costa Braga, analista ambiental.
As equipes se reuniram com o secretário-adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Artur Falcette, e a coordenadora de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ana Trevelin, para alinhar detalhes finais sobre organização, comunicação, materiais e logística do evento.
“É uma oportunidade muito importante para Mato Grosso do Sul. Teremos os holofotes voltados para o Estado, para mostrar nossas políticas ambientais e a capacidade de captar recursos para ampliar programas como o de pagamento por serviços ambientais”, destacou Falcette.
Desde novembro de 2024, quando Campo Grande ainda era candidata a sediar a COP15, a Semadesc atua como ponto focal do governo para a organização do evento, participando de reuniões com MMA e ONU para definir demandas, locais para receber delegados e atividades para as áreas chamadas Zona Azul e Zona Verde.
O anúncio oficial de Campo Grande como sede ocorreu em março deste ano. O secretário Jaime Verruck ressaltou que a escolha foi resultado da articulação conjunta entre governo estadual e Ministério do Meio Ambiente, baseada nas políticas ambientais já estabelecidas no Estado.
A COP15 acontecerá entre 23 e 29 de março de 2026, com dois locais principais: a Blue Zone (Zona Azul), no espaço Expo Bosque do Shopping Bosque dos Ipês, onde ocorrerão as sessões oficiais dos delegados; e a Green Zone (Zona Verde), na Vila Morena — área anexa ao Parque das Nações Indígenas — que terá exposições, atividades culturais, praça de alimentação e outras atrações.
A edição anterior, COP14, foi realizada em Samarcanda, no Uzbequistão, em fevereiro de 2024. Para a COP15 em Campo Grande, a expectativa é de público entre 4 e 5 mil pessoas. O Governo de Mato Grosso do Sul já mobiliza diversos órgãos para estruturar o evento, além de construir uma programação cultural e turística para os visitantes.
