Um Projeto de Lei em tramitação na Câmara Municipal de Campo Grande quer extinguir a planta conhecida como Murta (Murraya paniculata) da cidade.
Na prática, a matéria proíbe o plantio, a comercialização, o transporte e a produção da espécie em todo o território de Campo Grande.
O Município deverá elaborar, no prazo de até dois anos após a publicação da norma, um plano de erradicação da Murta, com ações estruturadas e campanhas de conscientização.
A Prefeitura poderá firmar parcerias com instituições públicas e privadas para viabilizar a execução do plano e promover a substituição da planta por espécies nativas.
Quem descumprir será multado em até R$ 1.000,00, com correção anual pelo IPCA-E/IBGE. Em caso de reincidência, o valor será dobrado.
Entenda o perigo da Murta
O texto se baseia na legislação estadual vigente, que já reconhece o papel da Murta como hospedeira do psilídeo transmissor do Greening, e segue diretrizes técnicas.
A Murta é uma planta ornamental comum em jardins urbanos, mas que também atua como hospedeira alternativa para o inseto Diaphorina citri.
O inseto é o propagador da bactéria Candidatus Liberibacter spp., causadora do Greening, por sua vez, uma doença que afeta gravemente as plantas cítricas, como laranjeiras.
A presença dessa planta facilita a disseminação da doença, que compromete a produtividade e a qualidade dos frutos cítricos, podendo levar à morte das árvores.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável, Ademar Júnior, é preciso acabar com a Murta.
“O avanço do Greening coloca em risco a cadeia produtiva da citricultura. A erradicação da Murta é uma medida preventiva fundamental para proteger nossa produção”, disse.