Nesta sexta-feira (1º), as redes sociais passaram a registrar uma maioria de postagens favoráveis à aplicação da Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. É o que aponta levantamento da consultoria Quaest, que analisou quase 4 milhões de menções ao tema entre 28 de julho e esta sexta-feira, até as 18h (horário de Brasília).
A mudança no cenário digital ocorreu dois dias após a medida ser anunciada oficialmente, em 30 de julho, uma quarta-feira. Na data, houve um pico de 1,3 milhão de menções nas plataformas, com predominância de críticas aos EUA e ao ex-presidente Donald Trump: 60% dos conteúdos se posicionavam contra a sanção, enquanto 28% eram favoráveis e 12% neutros.
Na quinta-feira (31), o volume de menções caiu para 750 mil, mas a tendência permaneceu semelhante, com 62% de críticas, 27% de apoio e 11% de neutralidade.
Já nesta sexta, a narrativa deu uma guinada. Segundo a Quaest, 54% das menções passaram a ser favoráveis à medida imposta pelos EUA, enquanto 30% mantiveram críticas e 16% foram classificadas como neutras. O conteúdo pró-Trump alcançou um público estimado em 616,6 milhões de usuários, mais do que o dobro das menções contrárias, que chegaram a 320 milhões.
A virada no debate digital foi impulsionada, de acordo com o relatório da Quaest, por uma mobilização de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a difundir a campanha “Brasil acima do STF”. A frase circulou entre perfis influentes e ganhou força como novo eixo mobilizador, associando uma retórica nacionalista ao enfrentamento direto com o Supremo.
Até as 18h desta sexta-feira, a Quaest identificou cerca de 850 mil menções relacionadas à aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes — um indicativo de que o tema segue dominando o debate público online e se consolidando como um dos principais focos de polarização política nas redes.