Jovem é 21ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2025
Salvadora Pereira, de 22 anos, foi assassinada a tiros pelo companheiro, de 32, na noite do último sábado (2), em uma propriedade rural de Corumbá, onde ambos trabalhavam como caseiros. Salvadora é a 21ª vítima de feminicídio registrada em Mato Grosso do Sul neste ano.
Segundo informações do site Diário Corumbaense, o casal estava na residência acompanhado de cinco crianças, com idades entre 2 e 8 anos. Durante uma discussão, motivada por razões ainda não esclarecidas, o autor disse ter se irritado e efetuado os disparos que atingiram Salvadora na região do queixo e do tórax.
Uma equipe da Polícia Militar, em patrulhamento na região, foi acionada após denúncia de feminicídio e encontrou o suspeito tentando fugir, mas ele foi detido na própria propriedade. Sem oferecer resistência, ele se entregou aos policiais. No local, os agentes encontraram o corpo da vítima, um revólver calibre .22 com uma munição deflagrada e um celular.
O homem confessou o crime dizendo: “Fiz uma cagada”. Contra ele, havia um mandado de prisão em aberto por outro crime não informado. Ele foi preso e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada como feminicídio e posse irregular de arma de fogo.
Contexto alarmante: 21 feminicídios em Mato Grosso do Sul em 2025
O caso de Salvadora eleva para 21 o número de feminicídios registrados em Mato Grosso do Sul somente em 2025, superando os 19 casos do mesmo período no ano anterior. No total, em 2024, foram 35 vítimas de feminicídio no estado.
O ano começou com a morte de Karina Corin, baleada na cabeça pelo ex-companheiro em fevereiro, seguida por Vanessa Ricarte, esfaqueada por um agressor com histórico de violência doméstica. Outros casos marcantes incluem Juliana Domingues, morta com golpes de foice, e Giseli Cristina Oliskowiski, carbonizada em Campo Grande.
O número crescente de feminicídios reflete a gravidade da violência contra a mulher em Mato Grosso do Sul, com casos envolvendo diferentes métodos e circunstâncias, muitos ligados a relacionamentos abusivos e conflitos domésticos.
Feminicídios recentes em Mato Grosso do Sul
- Vanessa Eugênia Medeiros e sua filha, Sophie, de 10 meses, foram assassinadas e queimadas em Campo Grande, em maio, pelo marido de Vanessa.
- Eliane Guanes, de 59 anos, foi queimada viva em uma fazenda na região do Pantanal, em junho.
- Doralice da Silva, de 42 anos, morta a facadas pelo companheiro em Maracaju, no final de junho.
- Rose Antônia de Paula foi encontrada morta e decapitada em Costa Rica, no mesmo mês.
- Michely Rios Midon Orue, morta pelo próprio filho, esquizofrênico, em Glória de Dourados, em julho.
- Juliete Vieira, esfaqueada pelo irmão em Naviraí, também em julho.
- Cinira de Brito, professora assassinada a facadas pelo marido em Ribas do Rio Pardo, a 20ª vítima do ano.
Os números reforçam a urgência de políticas públicas eficazes para o enfrentamento da violência contra a mulher e o combate ao feminicídio no estado, bem como o fortalecimento da rede de proteção às vítimas.
A Polícia Civil segue investigando os casos e reforça a importância do registro e denúncia para combater essa grave violência.
