A Corregedoria da Câmara dos Deputados confirmou o recebimento do pedido de suspensão do mandato da deputada federal Camila Jara (PT-MS). A solicitação foi apresentada diretamente pelas lideranças do PL (Partido Liberal) e do Novo, sem passar pela Presidência da Casa, o que explica a ausência do nome da parlamentar na primeira lista divulgada pela Mesa Diretora.
O pedido, formalizado pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), acusa Camila de agredir o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante um empurra-empurra na tomada da Mesa Diretora, na sessão tumultuada de 6 de agosto.
Em nota, a Corregedoria esclareceu que, apesar de o procedimento ter iniciado de forma diferente dos demais, a tramitação seguirá o rito padrão, com análise das imagens e demais provas para verificar a ocorrência da agressão.
Camila Jara nega as acusações e afirmou, por meio da assessoria, que foi injustamente acusada de “nocaute” e destacou estar em tratamento contra um câncer.
Na última sexta-feira (8), a Mesa Diretora encaminhou à Corregedoria representações contra 14 deputados envolvidos no episódio. Entre eles está o deputado Marcos Pollon (PL-MS), para quem o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugeriu afastamento de até seis meses — punição considerada severa. Pollon foi o último a deixar a cadeira da presidência da Câmara, ocupada irregularmente durante a confusão, e chegou a chamar Motta de “bosta” e “baixinho de um metro e 60”. Em vídeo, ele justificou que, por ser autista, não compreendeu totalmente a situação no momento e seguiu um acordo que, segundo ele, não teria sido cumprido.