O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se encontram nesta sexta-feira (15) em Anchorage, no Alasca, para a primeira reunião presencial entre os dois líderes desde que Trump reassumiu o comando da Casa Branca.
O encontro, marcado para as 16h30 (horário de Brasília), terá a participação apenas de Trump, Putin e seus intérpretes. Enquanto isso, as delegações de ambos os países participam de um almoço de trabalho. Uma coletiva de imprensa conjunta está prevista para as 20h30.
Ucrânia no centro da pauta
Trump afirmou que seu principal objetivo na cúpula é avançar nas negociações para encerrar a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022. Segundo o presidente americano, caso a reunião seja positiva, ele pretende sugerir um encontro tripartite com Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Apesar de demonstrar confiança em um possível acordo, Trump advertiu que imporá “consequências muito severas” caso Moscou não se comprometa a encerrar o conflito. A Casa Branca classificou a reunião como um “exercício de escuta”, ressaltando que o convite partiu do Kremlin após ameaças americanas de impor novas tarifas e sanções secundárias.
Interesses russos
O governo russo destacou que a agenda vai além da guerra, incluindo discussões sobre cooperação econômica, tecnológica e espacial. O presidente Putin também sugeriu que o encontro seja usado para iniciar conversas sobre um novo acordo de controle de armas nucleares, já que o Novo Tratado START expira em fevereiro de 2026.
Repercussão europeia
A reunião também gerou expectativa na Europa. Zelensky participou, de Berlim, de uma videoconferência com Trump e líderes europeus, alertando sobre a necessidade de manter pressão sobre Moscou por uma “paz justa” que preserve a soberania ucraniana.
Por que no Alasca?
O local foi escolhido por razões logísticas e históricas. O Alasca é o território americano mais próximo da Rússia e já pertenceu ao Império Russo até 1867. Além disso, a base militar Elmendorf-Richardson, em Anchorage, reforça a relevância estratégica da região.
A escolha também atende às restrições legais que Putin enfrenta: alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, ele só pode viajar a países que não sejam signatários do tratado — como é o caso dos Estados Unidos. Para viabilizar a visita, o Departamento do Tesouro americano suspendeu temporariamente algumas sanções contra a Rússia.