A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga fraudes no INSS realiza nesta quinta-feira (28) os primeiros depoimentos. A primeira a falar é a defensora pública Patrícia Bettin Chaves, que atua há anos contra descontos irregulares em benefícios previdenciários, antes mesmo da deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.
Outro depoimento previsto é o do delegado da PF Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, responsável direto pela investigação. Por ainda estar à frente do caso, sua oitiva acontecerá em sessão secreta, sem registros oficiais ou presença da imprensa.
Rastro das fraudes
O plano de trabalho da CPMI, aprovado nesta quinta, prevê também pedidos de rastreamento da localização de investigados, entre eles Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Ele é apontado como lobista e intermediador das fraudes, e a comissão quer verificar se ele e outros suspeitos frequentaram dependências do Senado, da Câmara, do Ministério da Previdência ou do próprio INSS.
Vazamento de dados
Outro foco da apuração é o suposto vazamento de informações bancárias de aposentados e pensionistas. A suspeita é que dados tenham sido repassados a instituições financeiras para ofertar empréstimos consignados de forma abusiva.
O vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Junior (PSB-MA), afirmou que os primeiros pedidos de informação serão enviados ao Banco Central e, em seguida, à Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
“A situação é grave. Precisamos enfrentar o lobby dos bancos e instituições financeiras para defender quem não tem lobista: os aposentados e pensionistas”, disse Duarte.
Com quase mil requerimentos protocolados, a comissão pretende ouvir ainda ex-presidentes do INSS e ex-ministros da Previdência.
