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terça-feira, 9 de setembro, 2025
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Com relíquias guardadas, Capela do Milagre vai virar Santuário de Carlo Acutis em outubro

Campo Grande terá mais um santuário para atrair o turismo religioso e devotos do mundo inteiro. Isso porque a Comunidade de Nossa Senhora Aparecida, chamada de Capela do Milagre e que pertence à Paróquia de São Sebastião, será ‘promovida’ pela Igreja Católica em dedicação ao novo Santo Carlo Acutis, canonizado no domingo (07) pelo Papa Leão XIV.

A igreja foi onde ocorreu um dos dois milagres reconhecido pelo Vaticano, fundamentais para o processo de canonização. Com isso, o local será chamado de Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida e Carlo Acutis e será o primeiro no mundo dedicado ao novo santo.

A cerimônia que irá oficializar o ato ocorre somente em outubro, conforme o arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa. A igreja guarda três relíquias de São Carlo Acutis, sendo um fragmento do coração, considerado de primeiro grau, e também fios de cabelo e um casaco usado pelo jovem em vida.

Na Igreja Católica, relíquias são objetos ou partes do corpo associados a santos e beatos. São classificadas em três graus, sendo o de primeiro grau uma parte do corpo, como fragmento de osso, sangue, cabelo ou fios de cabelo. São as relíquias mais sagradas e raras.

Objetos que tiveram contato direto com o corpo do santo, como roupas ou itens pessoais, são de segundo grau. Já os objetos tocados em uma relíquia de primeiro grau ou em algo usado pelo santo, como um terço que encostou no relicário, são as relíquias de terceiro grau.

Construída na década de 1980, a Capela do Milagre fica no bairro Jardim Maraba e tem estrutura simples. Depois do reconhecimento do milagre, em 2020, o local passou a ser um símbolo de santidade e ponto de peregrinação para quem busca conhecer de perto a história do milagre que levou à canonização de São Carlo Acutis.

O milagre do menino Matheus Vianna

Esse episódio foi reconhecido oficialmente pelo Vaticano como o milagre que levou Carlo Acutis à beatificação em 2020.
Foto: Divulgação

Carlo Acutis foi beatificado em 2020, após a comprovação de um milagre ocorrido em Campo Grande. O caso envolveu a cura inexplicável do menino Matheus Lins Vianna, que sofria de uma rara anomalia no pâncreas.

Aos 3 anos, após tocar espontaneamente a relíquia de Carlo durante uma missa na Capela Nossa Senhora Aparecida, o pequeno foi curado de forma imediata. Esse episódio foi reconhecido oficialmente pelo Vaticano como milagre.

Matheus nasceu na maternidade do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) e, desde os primeiros dias de vida, enfrentou um grande desafio, pois não conseguia se alimentar sem vomitar.

Sofria com desnutrição, anemia e infecções constantes, o que o levava repetidamente ao hospital. “Chegávamos a ir mais de uma vez por semana. Ele vivia internado para tomar soro”, relembra a avó, Solange Maria do Prado Lins Vianna.

Enquanto aguardava condições clínicas para a cirurgia, a mãe de Matheus, Luciana, encontrou na fé o seu refúgio. Frequentadora da Paróquia São Sebastião, ela passou a pedir a intercessão de Carlo Acutis.

No dia 12 de outubro de 2013, durante uma missa, Matheus, então com quatro anos, tocou em uma relíquia do jovem italiano e fez um pedido singelo: “parar de vomitar”. Naquela mesma noite, surpreendeu a família ao pedir um prato completo de arroz, feijão, bife e batata frita — e, pela primeira vez, não vomitou.

Exames posteriores confirmaram o que parecia impossível: o pâncreas anular havia desaparecido, sem que ele tivesse passado por cirurgia. “Se é uma doença que só tem cura com cirurgia e ele nunca foi operado, eu considero um milagre. Foi maravilhoso presenciar essa cura”, afirmou a pediatra Rosângela Rigo, do Humap.

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