O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será submetido, na manhã deste domingo (14), a um procedimento médico para remoção de lesões de pele.
De acordo com o laudo apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro apresenta um nevo melanocítico do tronco — pinta geralmente benigna — e uma neoplasia de comportamento incerto, lesão cutânea que ainda não pode ser definida como benigna ou maligna, motivo pelo qual precisa ser retirada e analisada em laboratório.
A autorização para a realização da cirurgia foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, na última quarta-feira (10), dias antes da condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, proferida pelo STF na quinta-feira (11).
O procedimento será realizado em regime ambulatorial, com previsão de alta no mesmo dia. Segundo especialistas, a remoção das lesões é simples, feita com anestesia local e dura, em média, 30 minutos. Após a cirurgia, o ex-presidente deverá retornar ao hospital em até 15 dias para retirada dos pontos.
Prisão domiciliar
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo, e precisa de autorização judicial para deixar sua residência. Esta será a segunda saída autorizada para tratamento médico: em 16 de agosto, ele passou por exames devido a sintomas de refluxo e soluços.
O que dizem especialistas
A dermatologista Natasha Crepaldi explica que o nevo melanocítico é formado por melanócitos, células que produzem pigmento. Embora geralmente benignos, sinais atípicos ou displásicos demandam maior atenção. Já a neoplasia de comportamento incerto, como no caso do ex-presidente, “não está claramente classificada como benigna ou maligna” e, por isso, exige retirada para exame detalhado.
“O objetivo é eliminar a lesão suspeita, evitar evolução e permitir um diagnóstico definitivo em laboratório”, afirma a especialista.