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terça-feira, 16 de setembro, 2025
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Com fim do vazio sanitário, plantio da soja começa em MS com previsão de safra maior

Com o fim do vazio sanitário em 15 de setembro, o plantio da safra de soja 2025/2026 está liberado a partir desta terça-feira (16), em Mato Grosso do Sul. A expectativa é de crescimento na área cultivada e na produção em relação ao ciclo anterior, mantendo o estado em posição de destaque no cenário nacional.

Segundo levantamento da Aprosoja/MS, a área plantada pode alcançar 4,79 milhões de hectares, avanço de 5,9% sobre os 4,59 milhões de hectares da safra 2024/2025. A produção estimada é de 15,2 milhões de toneladas, crescimento de 8,1% em relação ao ciclo anterior, enquanto a produtividade média projetada é de 52,8 sacas por hectare.

A Famasul avalia com otimismo o cenário para a safra de soja 2025/2026. “O crescimento é resultado do aquecimento da demanda global, especialmente da China, que mantém os preços valorizados no mercado internacional, aliado à expansão da área cultivada em terras recuperadas por manejos sustentáveis, com o uso de sementes tecnologicamente avançadas e técnicas agronômicas adaptadas que elevam o potencial produtivo das lavouras”, analisa Lenon Louvera, consultor técnico da Federação.

O coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, reforça que os números projetados para a safra 2025/2026 demonstram a resiliência e a capacidade de adaptação do produtor sul-mato-grossense. “A estimativa de 15,2 milhões de toneladas mostra um ciclo de recuperação após oscilações em safras recentes. O produtor tem investido em variedades mais adaptadas e em estratégias de manejo. O crescimento na área e a estabilidade da produtividade sinalizam que há espaço para resultados positivos, desde que o clima se mantenha dentro da normalidade”, destacou.

A previsão climática aponta 71% de chance de ocorrência do fenômeno La Niña entre outubro e dezembro, segundo a NOAA. Embora seus efeitos em Mato Grosso do Sul sejam indiretos, o estado pode enfrentar instabilidade, alternando entre estiagens, chuvas intensas e temperaturas acima da média.

“A expectativa é de melhora no regime de chuvas a partir da segunda metade de setembro, quando a precipitação deve se espalhar de maneira mais consistente pelo interior do país. Os volumes mais expressivos, capazes de recompor a umidade do solo e criar condições favoráveis ao plantio da soja, são esperados no fim de setembro e ao longo de outubro”, acrescenta Louvera.

Conforme explica Jean Américo, analista técnico do Sistema Famasul, os custos de produção da soja exercem efeito direto sobre a margem operacional do produtor. “Elevações nos insumos pressionam a estrutura de gastos e reduzem a rentabilidade, mesmo em cenários de boa produtividade”.

Segundo ele, além da alta dos fertilizantes e defensivos, persistem entraves ligados ao acesso ao crédito rural e à falta de um seguro agrícola estruturado. “Esses fatores aumentam o risco financeiro e limitam a capacidade de investimento e de gestão da produção”.

Para o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, o início do plantio representa um momento de confiança para o setor, mas que deve ser acompanhado de cautela diante dos desafios climáticos e econômicos. “Mato Grosso do Sul vive uma expansão consistente da soja, fruto da dedicação dos produtores e do uso crescente de tecnologias de manejo. Entretanto, sabemos que o clima será determinante para transformar esse potencial em realidade. O planejamento e a adoção de práticas modernas serão fundamentais para garantirmos os resultados esperados e para consolidar a força do nosso Estado no cenário nacional”, afirmou.

A Abertura Nacional do Plantio da Safra de Soja 2025/2026 está marcada para o dia 3 de outubro, às 9h (horário de Brasília), na Fazenda Recanto, em Sidrolândia (MS), com transmissão ao vivo pelo Canal Rural.

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