A fila de espera por benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) chegou a 2,6 milhões de requerimentos em agosto, segundo dados do boletim Transparência Previdenciária divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Ministério da Previdência Social. O número mais que dobrou em relação ao mesmo mês de 2024, quando 1,1 milhão de solicitações aguardavam análise.
Na comparação com julho, houve alta de 4%, o que representa 65.238 novos pedidos. O volume engloba tanto os processos dentro do prazo legal de 45 dias como aqueles acima disso. A maioria aguarda análise do INSS ou perícia médica inicial. O tempo médio de concessão no período foi de 42 dias.
Crescimento contínuo
A escalada da fila começou em dezembro de 2024, quando ultrapassou 2 milhões de processos. Em março deste ano, atingiu o pico de 2,7 milhões, o maior patamar desde 2019.
Programas para reduzir a fila
Para enfrentar o problema, o governo federal lançou medidas de incentivo à produtividade no órgão. Neste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que concede bônus por atendimento aos servidores do INSS e da perícia médica.
O programa prevê o pagamento de R$ 68 por processo analisado pelos servidores do instituto e R$ 75 por perícia ou análise realizada por peritos médicos.
Outra iniciativa em curso é o Programa de Gerenciamento de Benefícios, que prevê mutirões fora do expediente regular — inclusive nos fins de semana — para tentar reduzir o prazo de análise para até 45 dias.
Pagamentos em alta
Em agosto, o INSS pagou 41,4 milhões de benefícios, que somaram R$ 83,7 bilhões. O benefício por incapacidade (antigo auxílio-doença) foi o mais concedido no período, com 291.109 liberações, o equivalente a 50,2% do total.
Apesar das medidas, a fila ainda representa um dos maiores desafios do sistema previdenciário e pressiona o governo a acelerar soluções para milhões de segurados que aguardam aposentadorias, pensões e auxílios.