No descontrole da falta de Justiça, a população segue tomando as providências com suas próprias mãos. Em Campo Grande, no sábado (20), mais uma pessoa foi atacada por um grupo de moradores que o acusou de ter estuprado crianças de seis e nove anos.
A situação ocorreu no bairro Dom Antônio Barbosa. O suposto estuprador foi cercado pelos moradores e agredido com chutes e socos. Na revolta, a casa foi incendiada e o sujeito acabou perdendo tudo o que tinha, como roupas, móveis e documentos.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram mobilizados para a ocorrência. As informações indicam que o autor vinha sendo monitorado por famílias vizinhas pelo seu comportamento suspeito.
Na última noite, ele foi visto andando de um lado para o outro, em frente à casa onde reside uma mulher e suas três filhas menores de idade. Minutos depois, o suspeito voltou para sua residência.
Ainda na versão das testemunhas, logo em seguida uma das crianças foi sozinha até a casa do autor. Desconfiados de que algo pudesse estar acontecendo, três pessoas também entraram na casa escondidos e viram a vítima fazendo sexo oral nele.
Foi nesse momento que começou a briga. Os vizinhos teriam arrancado o autor para fora à força e passaram a bater nele, depois, atearam fogo no imóvel. A PM conseguiu retirar o autor do cerco e o levou para a unidade de saúde, em seguida para a delegacia.
Caso anterior
No dia 17 deste mês, outro caso semelhante foi registrado na Favela do Quadrado, no bairro Nossa Senhora das Graças. Na ocasião, um homem foi denunciado por crianças de estupro e foi agredido pela população, que também ateou fogo na sua casa.
A multidão sustentou que pelo menos cinco crianças foram estupradas pelo homem. As provas usadas para a violência do ato foram os depoimentos das vítimas para uma psicóloga que atende por meio de uma Organização Não Governamental (ONG).
A esposa do suspeito chegou a interagir com os manifestantes, defendendo o companheiro das acusações, mas não houve acordo. O filho dele chegou a disparar um tiro para intimidar o grupo. A Polícia Militar precisou intervir para encerrar o ato.